quinta-feira, 29 de março de 2007

As epidemias propagam-se

A saúde pública espanhola, um dos grandes marcos da era democrática, está a perder a credibilidade e confiança dos seus utilizadores. Em menos de quatro anos o número de pessoas que preferem ser atendidas num centro público em vez do privado desceu 10 por cento.

Entretanto,
pode ser que dando os pés
se consiga
o que falhou ao dar as mãos



São brancos Senhor
os pés que rodeiam o vazio
vistos do seu interior.
Não são brancos Senhor
os corpos a quem pertencem
os pés que rodeiam o vazio
o vazio que parece um mundo
redondo, redondo e oco
verde queimado
lixado.
Não são brancos Senhor
não têm brincos nem tatuagens
mas têm barrigas
barrigas grandes inchadas
e
até sabem vestir uniformes
usar armas
ser homens.
Sabem? Não sabem Senhor.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Simplexamente informatizado


"O que está em causa é a transmissão em tempo útil e em condições de modernização tecnológica, que ainda não existe, mas que vai existir em breve",
então, os registos de nascimentos dos bebés serão feitos na unidade de saúde onde nascem
e o dos óbitos vão ser transmitidos electronicamente no sentido das patologias poderem ser consideradas em tempo útil,
explicou o ministro da Justiça.
*************
Viver é
unir os cimentos e as areias
ficar rodeado de eras trepadeiras
fechar as janelas e deixar as paredes transparentes
apagar a luz e preencher a sala com brilhantes
ouvir
ouvir as aves
ouvir as águas
ouvir as árvores
ouvir o coração
ouvir
e
pensar
pensar no mundo visto do ninho
pensar como sendo um moinho
pensar tal fruto sucolento
pensar como um apaixonado
pensar
e...

terça-feira, 27 de março de 2007

O véu



Há 70 SAP´s que estão abertos de noite,
todos com menos de dez atendimentos por noite, e a média de 3,4 atendimentos”,
afirma o ministro da Saúde que não esclarece se os 70 serviços nocturnos dos SAP´s vão ser encerrados,
mas refere que os 70 médicos desses serviços representam menos 1400 consultas no dia seguinte.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Vale?

A Deco - Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor denunciou na terça-feira diversas reclamações de clientes de farmácias que estão a ser colocados em «lista de espera» por não haver os medicamentos genéricos de que precisam.
Em comunicado, a Delegação do Norte da Deco critica estas «verdadeiras barreiras» à comercialização dos «genéricos» e alerta para os riscos que o consumidor corre ao ter de esperar que os medicamentos cheguem às farmácias.
«Esta situação é particularmente gravosa, atendendo ao facto de as receitas do Serviço Nacional de Saúde e subsistemas possuírem um período de validade, o que poderá conduzir a situações em que o medicamento genérico só é colocado à disposição do consumidor após o prazo de validade», lê-se no comunicado.
Segundo a Deco, as farmácias têm responsabilizado os laboratórios por não estarem a fornecer atempadamente os medicamentos genéricos.
Fonte: Lusa 26 de Março de 2003
_____________________
As 204 novas farmácias que as autoridades de saúde vão criar devem estar a funcionar dentro de um ano, sendo publicada hoje, em Diário da República, a lista dos farmacêuticos contemplados.
Assim, por distrito,vão ser criadas
12 novas farmácias em Aveiro,
1 em Beja,
31 em Braga,
8 em Bragança,
1 em Castelo Branco,
1 em Coimbra,
3 em Faro,
2 na Guarda,
5 em Leiria,
43 em Lisboa,
52 no Porto,
14 em Santarém,
8 em Viana do Castelo,
12 em Vila Real e
4 em Viseu.

Brincando às carreiras

Artigo do Dr. Carlos Costa Almeida*
É ponto assente entre os médicos portugueses já com prática clínica significativa que as carreiras médicas foram um dos pilares do nosso Serviço Nacional de Saúde e condição que permitiu, a par de uma formação médica pré-graduada de qualidade e que não coloca, de maneira nenhuma, mal o nosso país no Mundo ocidental, que os nossos especialistas também possam ombrear com os seus colegas ocidentais, apresentando uma preparação profissional com o mesmo nível de qualidade num país muito mais pobre — e agora a ficar decididamente para trás nesta Europa superalargada, se não se conseguir entretanto aumentar o nosso produto interno bruto, em fase descendente. As carreiras não só permitiram uma formação médica estruturada e contínua, como souberam criar, com naturalidade e insensivelmente, os estímulos necessários e suficientes para a obtenção dessa formação. E, aspecto muito importante, uma formação homogénea, nos grandes hospitais como nos pequenos, quer no Litoral quer no Interior mais recôndito, com uma cobertura nacional de especialistas de qualidade, permitindo que todos os portugueses possam aspirar a ser bem tratados sem terem de se deslocar para longe da sua casa e da sua família, e muito menos para o estrangeiro.
Carreiras médicas acabaram
Mas a verdade é que as carreiras médicas acabaram. Não por decreto ou anúncio na televisão, mas na prática e na decorrência directa do novo regime de gestão hospitalar. Foi este, na verdade, que as matou.
Passou a haver contratações apenas em regime individual de trabalho, e para os médicos que já estavam integrados nas carreiras o grau ou o lugar que nelas ocupavam deixou de contar seja para o que for, a não ser para, prosaicamente e como sinal dos novos tempos que aí estão, de primado do dinheiro na saúde, ganharem de maneira diferente uns dos outros. Mas o sinal mais evidente, e o primeiro a mostrar que as carreiras já estavam condenadas a desaparecer pelo Governo e seus comissários políticos nos hospitais, foi o modo como se passaram a nomear os directores de serviço nos hospitais EPE, e até já antes nalguns hospitais SPA, nestes ao arrepio da lei mas com a cobertura da tutela.
O director de serviço é o encarregado da gestão do serviço, sendo que esta não se pode entender separadamente da actividade clínica, estando forçosamente imbricada com ela, uma vez que não se deve confundir — como alguns, intencionalmente ou por ignorância, pretendem — com uma gestão contabilística ou de guarda-livros. O director de serviço tem, pois, de ser uma referência profissional entre os colegas, o profissional com mais experiência e provas dadas, mais graduado em termos de hierarquia técnico-científica, mais conceituado dentro e fora do serviço e do hospital. É a ele que é confiada a formação pós-graduada, é ele quem escolhe os orientadores de formação, o responsável pelos internos e pela actividade científica e de investigação do grupo de trabalho que o serviço constitui.
Nomeação por «achismo»
Com lógica, a sua escolha, definida na lei, era feita entre os que no serviço tinham atingido o topo da carreira médica, depois de ouvidos todos os outros para se auscultar a sua aceitação. Agora é imposto pelo conselho de administração, independentemente do grau da carreira, sem quaisquer regras ou critérios definidos, a não ser o de possuir o «perfil» adequado. Qual perfil? O que o conselho de administração ache que é o adequado. Porventura, o mesmo que alguém achou também que os seus membros tinham para integrar aquele conselho. É o «achismo», a nova forma de nomeação nos hospitais públicos no nosso país. Que, como se adivinha, abre as portas escancaradas ao «amiguismo» e ao compadrio, os quais, valha a verdade, sempre tentaram marcar presença entre nós. Mas que só agora ficaram institucionalizados.
E as nomeações sucedem-se, de amigos e compadres por amigos e compadres, num «achismo» eventualmente temperado por quezílias pessoais, pequenas ou grandes invejas, desentendimentos e vinganças, e muito, muito oportunismo. E sem falar também do modo deselegante — para dizer o menos — como muitos directores têm sido afastados e substituídos, sem qualquer explicação, manifestação só por si preocupante de desrespeito humano, impunidade e arbitrariedade.
É claro que um dia se irá inevitavelmente regressar ao primado da competência, das provas dadas, da diferenciação técnica, da hierarquia profissional assente em conhecimentos e experiência, e uma onda virá que leve de volta ao local de onde saíram tantos dos novéis gestores de serviço agora achados. Mas não sem que fiquem marcas negativas nos serviços, nos hospitais e na Saúde, e por isso é bom que tudo se registe agora, como memória futura para se poderem mais tarde fazer as correcções adequadas.
Concursos para quê?
Ora, paralelamente a esta situação, continuam nos hospitais EPE os concursos da carreira médica, seja para a graduação em consultor seja para o lugar de chefe de serviço. E para quê?! Concursos numa carreira acabada? Brinca-se às carreiras médicas? Ou desempenha-se um papel imaginário numa realidade desaparecida, como loucos encerrados num manicómio que piedosamente se deixam viver convencidos de que são personagens que já não existem? E que assim vão continuar até morrerem ou, neste caso, até se reformarem, extinguindo-se os seus lugares mal isso aconteça.
Porquê isto?
Com certeza que todos têm direito a progredir na carreira, todos tinham expectativas de o fazer e ficamos contentes que o façam, isso não está em causa. Como também os que tinham atingido o topo tinham expectativas acerca disso, agora goradas. Porque um facto é que a carreira médica acabou, e a progressão nela deixou de ter finalidade, a não ser ganhar mais fazendo exactamente o mesmo.
Se o único objectivo desses concursos agora parece ser o de permitir que alguns médicos passem a ganhar mais, por que razão eles são abertos na lógica governamental vigente de poupar o mais possível na Saúde? A explicação razoável é que se gasta algum dinheiro para procurar manter os médicos de carreira hospitalar entretidos, na ideia de que está, afinal, tudo na mesma, iludindo assim os seus próprios protestos. Porque eles são os que compreendem melhor a importância das carreiras médicas e serão os primeiros a protestar pelo seu desaparecimento. Que já aconteceu, apesar dos concursos a decorrer…
Estes concursos, na verdade, não fazem sentido no momento actual, embora se devam, com certeza, aproveitar. O que não nos devem é fazer esquecer o fim real das carreiras médicas, nem abrandar sequer o movimento de lutar pelo seu ressurgimento, como factor verdadeiramente crucial de qualidade e progresso na Medicina e na Saúde do nosso país, pese embora o que delas o Ministério da Saúde pensa — ou não pensa.
*Presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar
Subtítulos e destaques da responsabilidade da Redacção
transcrito de TM 1.º CADERNO de 2007.03.26 0612371C22607JMA12A

domingo, 25 de março de 2007

1/2 à vista


Centros Saúde
O Governo tem uma lista secreta de 56 Serviços de Atendimento Permanente nos Centros de Saúde a encerrar em todo o país. A lista, elaborada pelo Ministério da Saúde em Agosto do ano passado, já começou a ser cumprida.
Há 13 SAP que já deixaram de funcionar durante a noite, mas há mais 43 que deverão fechar portas, a menos que o Governo recue nos seus planos.
TVI - Informação (25/03/2007 13:03) e outros MCS


Diz-se que a Lista detalhada dos SAP a encerrar é:
Região Norte:

Caminha Monção Paredes de Coura Murça Alfândega da Fé Carrazeda de Ansiães Vila Flor Vimioso Freixo de Espada-à-Cinta Vieira do Minho
Região Centro:
Castelo de Paiva Mealhada Oliveira do Bairro Sever do Vouga Vale de Cambra Oleiros Condeixa-a-Nova (Encerrada) Góis Lousã (Encerrada) Miranda do Corvo (Encerrada) Montemor-o-Velho Oliveira do Hospital Penacova (Encerrada) Penela Soure (Encerrada) Tábua Vila Nova de Poiares (Encerrada) Norton de Matos - Coimbra (Encerrada) Aguiar da Beira Almeida Celorico da Beira Figueira Castelo Rodrigo Fornos de Algodres Gouveia Manteigas Meda Pinhel Sabugal Trancoso Nazaré Marinha Grande Armamar Castro Daire Resende Santa Comba Dão Vouzela
Região de Lisboa e Vale do Tejo:
Ourém (Encerrada) Azabmbuja (Encerrada) Cadaval Lourinhã (Encerrada) Sesimbra Grândola
Região do Alentejo:
Beja (Encerrada) Montemor-o-Novo Silves (Encerrada) Lagos (Encerrada)

Cadê os outros com igual movimento? Porque não fecham? Adivinhem.

sábado, 24 de março de 2007

Estradas feitas por ingleses


Só para técnicos

Notícia 1 -
Colaboradores da associação para a defesa do consumidor visitaram, como forma de teste, 58 consultórios privados e nove centros de saúde, queixando- se de dores de garganta e um ligeiro incómodo ao engolir. Em 37 casos, os profissionais receitaram antibióticos desnecessariamente. Seis desses médicos sublinharam que o medicamento só devia ser aviado se o problema se agravasse. A maioria prescreveu espontaneamente os medicamentos. Em 90 farmácias, o estudo registou oito estabelecimentos que venderam os antibióticos sem receita médica.

Notícia 2 -
Uma nova forma de tuberculose, ultra-resistente, está a preocupar especialistas de todo o mundo. Esta nova estirpe foi descoberta há cerca de seis meses (só) e detectada em 35 países, incluindo Portugal (já).
NOTE QUE
Esta tuberculose ultra-resistente foi descoberta na Africa do Sul em Setembro passado.
E AINDA QUE
Depois da tuberculose multi-resistente, o mundo depara-se com a tuberculose ultra-resistente, ou seja resiste aos dois mais poderosos fármacos conhecidos para a tratar e é tida como virtualmente intratável.
PIOR PIOR SÓ MESMO QUE
No exemplo mais conhecido, na África do Sul, mata, sem hipótese de terapia, 85% dos doentes.

SABERÁ ESTABELECER ALGUMA LIGAÇÃO ENTRE A NOTÍCIA 2 E A 2?

quinta-feira, 22 de março de 2007

Palavras pra k?

1- esperança de vida à nascença
(o gráfico fala por si)

2 - Ministro da saúde em VILA MOURA (21/03/2007)
a) Agrupamentos de centros de saúde sob a forma de unidades locais de cuidados de saúde primários, onde a governação clínica se possa realizar, virão a dar às USF o enquadramento global e organizado de que elas carecem, superando o tradicional amorfismo técnico-científico de centros de saúde de missão final nunca alcançada.
b) Melhor qualidade clínica pode também facilitar ganhos de eficiência, como têm demonstrado estudos preliminares sobre o desempenho do RRE (regime remuneratório experimental) e das USF.
c) Há um ano atrás, quando aqui estivemos em 8 de Março, o nosso discurso estava baseado em críticas ao passado, acumulado de incertezas, inacção e erros e em promessas. Imensa retórica.
d) Há um ano, prometíamos terçar armas pelo modelo retributivo que desejávamos “generoso e incentivador”. Hoje ele aí está, aprovado em Conselho de Ministros, à espera de negociações já agendadas com os parceiros sociais.
e) Há um ano, comprometíamo-nos a facultar a cada USF instalações novas ou remodeladas, equipamentos, material clínico, sistemas de informação e respectivo apoio, bem como facilidades na mobilidade dos integrantes. Hoje, registamos que cada nova USF nasce acoplada a um sistema de informação, a um sistema de contratualização, a um compromisso com a população que serve, a um compromisso com a sua auto-estima, simbolicamente confirmado em fardamento próprio, logótipo, modelo organizativo específico e orgulho no serviço prestado aos cidadãos. Assistimos em cada nova USF criada a uma pequena festa, os eleitos locais presentes, as forças sociais curiosas, interessadas e colaborantes, os arrebiques e atavios de última hora realizados pelo próprio pessoal com o carinho de quem cuida da casa e de causa própria. Onde pára o anterior modelo burocrático?
f) Os cuidados de saúde primários, por definição, devem estar disponíveis e acessíveis até às 20 ou 22 horas, limite máximo aceitável para uma organização que não rompa a ligação do doente ao seu médico. Depois dessa hora, os cuidados dificilmente se podem considerar familiares, a não ser através de breve contacto telefónico, quando e se pertinente, para passarem a ser vistos como situações de urgência ou emergência e como tal devidamente tratados em localização concentrada e adequada, as verdadeiras urgências, das três modalidades que conhecemos: básicas, médico-cirúrgicas e polivalentes.
g) Mas uma coisa é certa: SAP não é urgência. É uma ilusão da história recente, que importa reconverter gradualmente, para melhor servir os cidadãos.
h) Este sistema consolida e alarga o modelo de incentivos dos médicos a todos os profissionais das USF, potencializando aptidões e competências de cada profissional e premiando o desempenho individual e colectivo, em obediência a objectivos de eficácia, eficiência e acessibilidade aos cuidados de saúde primários. Este modelo remunera os médicos e enfermeiros em função de capitação e por alguns actos específicos, o que permite que se possam rapidamente mudar as prioridades na saúde pública. Este modelo recompensa melhor os profissionais que mantiverem a população com melhores níveis de saúde, porque não retribui apenas segundo o número de consultas, mas premeia a satisfação das pessoas, que tenderão a querer estar inscritas onde se sintam melhor. Significa que tudo aquilo que esteja associado à produtividade dos médicos, como a actividade que desenvolvam além do horário normal de 35 horas semanais, o número de doentes que atendam sobre a sua própria lista, a quantidade de grávidas e doentes crónicos que sigam, entre outras variáveis, corresponderão a valores integrados na remuneração regular de cada médico.
o texto integral aqui

quarta-feira, 21 de março de 2007

Atchim



E porque vêm aí as alergias,
o melhor é limpar já e bem
os canos

(é que a maioria dos médicos de família está no Algarve (encontro de 3 dias com o alto patrocínio do(s) ministro(s). Depois ainda se queixam quando dizem que são dispensáveis!)

terça-feira, 20 de março de 2007

Burnout?


A Administração Regional de Saúde do Algarve promove uma palestra, no dia 30, às 15 horas, no Auditório da Biblioteca Municipal de Faro, intitulada «Burnout em profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) no Algarve».

MAS O QUE É ISSO (dirão vomecês)?

A Síndrome de Burnout é um termo psicológico que descreve o estado de exaustão prolongada e diminuição de interesse, especialmente em relação ao trabalho. O termo "burnout" (do inglês "combustão completa") descreve principalmente a sensação de exaustão da pessoa acometida.
Burnout é geralmente desenvolvida como resultado de um período de esforço excessivo no trabalho com intervalos muito pequenos para recuperação, mas alguns consideram que trabalhadores com determinados traços de personalidade (especialmente de neuroses) são mais suscetíveis a adquirir a síndrome. Pesquisadores parecem discordar sobre a natureza desta síndrome. Enquanto diversos estudiosos defendem que burnout refere-se exclusivamente a uma síndrome relacionada à exaustão e ausência de personalização no trabalho, outros percebem-na como um caso especial da depressão clínica mais geral ou apenas uma forma de fadiga extrema (portanto omitindo o componente de despersonalização).
Trabalhadores da área de saúde são frequentemente propensos ao burnout. Cordes and Doherty (1993), num estudo sobre esses profissionais, encontraram que aqueles que tem frequentes interações intensas ou emocionalmente carregadas com outros estão mais suscetíveis.

Segundo os registos, há um crescendo de médicos em sofrimento, doentes por motivos relacionados com a profissão.
Isto poderá parecer um anacronismo – como é que alguém altamente sabedor e formado para proteger a saúde e tratar a doença nos outros se revela inabilitado para se autocuidar, e mais: é co-autor num ciclo de autodestruição?
Os médicos compartilham com professores, controladores de tráfego aéreo, profissionais de emergência, enfermeiros, polícias, investidores na bolsa, o topo na listagem de profissões stressoras.
Mais? ler aqui

domingo, 18 de março de 2007

Cheias



Já há preparativos.
Aproxima-se o dia da grande festa.


A grande (mini) maratona a caminho do deserto vem aí.
Há que afinar as máquinas... os motores já roncam!

E dos que estão a preparar a festa quantos são generais, perdão, são excedentários?
................
Claro que as cheias podem-no ser de nada ou de menos.

E quantos de nós por lá labutam?
"Mais de um milhão de portugueses e luso-descendentes vive actualmente em França."

A saúde começa pela boca



O decreto-lei que estabelece o regime jurídico das unidades de saúde familiar (USF) e, nomeadamente, o regime de incentivos a atribuir aos seus profissionais, foi aprovado, na generalidade, na reunião do Conselho de Ministros de 1 de Março.
Mas, estranhamente ou talvez não, o projecto de diploma que o ministro Correia de Campos classificou, nesse mesmo dia, em conferência de Imprensa, como «o mais importante» da legislatura na área da Saúde ainda não chegou aos parceiros.
«TM» sabe que este «compasso de espera» de mais de 15 dias gerou um «nervoso miudinho» entre os protagonistas (e antagonistas) da reforma e deu mesmo azo a especulações e boatos. Veja-se, por exemplo, o que escreve o SIM no seu site: «Segundo consta, o aprovado documento poderá estar novamente junto do Ministério das Finanças e da Administração Pública, mais propriamente junto do Senhor Secretário da Administração Pública, para ultimação e ajuste mais fino, o que pode redundar em surpresas. Simédicos apurou serem vários os motivos de dúvida, ganhando maior acuidade os cálculos dos quantitativos remuneratórios alvo de descontos para aposentação (…)».
Fonte do Ministério da Saúde garantiu ao «TM» que o Executivo só está a ultimar o calendário das negociações e que o projecto de diploma deverá ser enviado aos parceiros esta semana.
A confirmar-se a previsão da tutela, o documento chega no timing certo, já que começa esta quarta-feira o encontro magno da Medicina Geral e Familiar. Se estamos perante um simples atraso processual, uma feliz coincidência ou uma jogada táctica, é o que dificilmente saberemos…
in TM 1.º CADERNO de 2007.03.190612361C30507MF11E

sexta-feira, 16 de março de 2007

A Saúde Portuguesa



O Ministro da Saúde anunciou que seguiu hoje para a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) um projecto de protocolo para a discussão conjunta da reestruturação dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP).

Questionada sobre se a gestão dos centros de saúde poderá passar para os municípios, Carmen Pignatelli disse que não, embora reconheça que esta «envolve representantes de municípios ou associações de municípios.

quarta-feira, 14 de março de 2007

Governo alternativo

Soros
doa 3 milhões de dólares para combate à tuberculose super-resistente
Washington - O multimilionário norte-americano George Soros anunciou hoje um donativo de três milhões de dólares para combater a tuberculose super-resistente em África.
Soros apelou também aos países ricos para que se mobilizem contra esta infecção, frequentemente mortal para os seropositivos. Esta donativo, efectuado por intermédio da sua organização de caridade Instituto Sociedade Aberta, vai financiar um projecto de tratamento deste tipo de tuberculose, chamado de XDR-TB, em pessoas igualmente infectadas pelo vírus da Sida no Lesoto. Os autores deste projecto esperam que venha depois a ser adoptado noutros países pobres. Este tipo de tuberculose super-resistente é frequentemente mortal nos doentes também infectados pelo vírus da Sida. A organização de caridade norte-americana "Parceiros na Saúde e o Hospital Brigham para Mulheres, em Boston, participam também nesta iniciativa. Juntas, as organizações apelaram a que os países ricos desbloqueiem os fundos necessários para travar esta crise sanitária, potencialmente devastadora.
Em Setembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou 53 casos de XDR-TB na África do Sul, 52 dos quais mortais. A maioria dos doentes era também seropositiva. A taxa de mortalidade desencadeou o alarme dos responsáveis sanitários mundiais. Actualmente, mais de 300 casos foram diagnosticados e pelo menos 30 novos casos são registados mensalmente na África do Sul. Segundo as ultimas estimativas, este tipo de tuberculose super-resistente mata 85 por cento das pessoas seropositivas. A OMS estima serem necessários 650 milhões de dólares para combater esta nova forma virulenta de tuberculose. Segundo George Soros, a tuberculose XDR-TB ameaça os progressos realizados nos últimos anos na luta contra sida, sobretudo na África Sub-Sariana onde foi efectuada uma distribuição mais alargada de anti-retrovirais e se iniciaram medidas de prevenção. "A tuberculose super-resistente é actualmente considerada como sendo uma condenação à morte (para os seropositivos) mas isso pode ser evitado, declarou Soros. Além da África do Sul, cinco mil casos de tuberculose ultra-resistente foram até hoje diagnosticados em 18 outros países mas com uma mortalidade menos galopante. Em 2005, foram registados nove milhões de novos casos de tuberculose.
Segundo a OMS, são necessários cinco mil milhões de dólares para reforçar o controlo da infecção em 2007.
Agência LUSA

segunda-feira, 12 de março de 2007

Ajeitadinho


O Santuário da Senhora da Saúde,
pequenino,
pobrezinho,
azulinho e branco de cal,
com um sininho,
mas sem torre real,
tal saúde de Portugal.
____________
ALEIJADINHOS:

O bastonário da Ordem dos Médicos dá 2 a Correia de Campos. O ministro enfrentou "constrangimentos, mas também (teve) grandes apoios da área económica e suporte do Governo", considera Pedro Nunes. As reformas "complicaram em vez de facilitar. Nas urgências, terminou a negociar com as autarquias, que é a única coisa que não se deve fazer. Nas maternidades, afastou o apoio dos médicos", acrescenta.
"O ministro governa por impulsos, uns bons, outros nem por isso, outros maus", diz Merlinde Madureira, da Federação dos Médicos. A política do ministro é "demasiado errática para ser possível atribuir-lhe uma nota". Concorda com a criação das unidades de saúde familiar, está "contra a forma como se faz o encerramento de serviços" e "gostaria de ter a certeza de que as maternidades privadas estão sujeitas às mesmas regras impostas como mínimas para o funcionamento das públicas".
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses dá nota 2. "Independentemente das reformas que é necessário fazer, redundaram em menos acesso à saúde. Com a redução de efectivos, há serviços que não têm dotação adequada", diz Guadalupe Simões. As reformas "não acautelaram as necessidades das pessoas nem mantêm a confiança dos cidadãos no SNS".
__________
AVISADINHO:
Alguns líderes de distritais do PS aplaudem os dois anos de mandato do Governo, embora critiquem a forma como o sector da Saúde tem sido conduzido. Os socialistas esperam ainda que José Sócrates não esqueça o país durante a presidência portuguesa da UE.
___________
SENTADINHO:
O Presidente da República disse ter uma expectativa «muito positiva» em relação à presidência portuguesa da União Europeia, a acontecer no segundo semestre de 2007, contudo, advertiu que essa tarefa não pode «fazer esquecer» os problemas que se estão a viver em Portugal.

sábado, 10 de março de 2007

Sekus komo o bakalhau



Dentro em breve, centenas, talvez milhares de portugueses vão chorar SAL, pois em resultado da sua passagem ao quadro dos que não fazem falta, vão ficar secos como o bacalhau.
Excedem, carago!

sexta-feira, 9 de março de 2007

Freguesias e cons(c)elhos


Quatro juntas de freguesias da Maia lançam em Abril um serviço de medicina e enfermagem ao domicílio, a preços reduzidos, para acabar com a imagem «degradante» dos utentes que madrugam para «esmolar» consulta, disse hoje fonte autárquica, noticia a Lusa.
O acesso ao serviço implica o pagamento de uma mensalidade de dois euros e os domicílios custam entre três euros (enfermagem) e cinco (medicina geral). A iniciativa pertence à Associação de Freguesias do Vale do Leça (Avale), que congrega as freguesias de Águas Santas, Gueifães, Milheiros e Pedrouços.
Dos 53 mil habitantes das quatro freguesias (metade da população do concelho da Maia), 18 mil não têm médico de família, apesar da existência de uma densa rede de centros de saúde, constituída por cinco unidades.
«Com a introdução deste serviço, queremos acabar com a imagem degradante de pessoas que se levantam às cinco da manhã para esmolarem uma consulta de vaga no centro de saúde, como se fosse pedintes», afirmou à Lusa o presidente da Avale, Mário Gouveia.
População adere
O autarca perspectiva que 20 mil dos 53 mil habitantes das quatro freguesias adiram ao serviço, que vai custar 500 mil euros/ano, mas que se prevê gere receitas suficientes para cobrir a despesa.
«A não ser que haja epidemia, as receitas vão ser suficientes», frisou. Para incentivar a adesão ao serviço, a Avale iniciou uma campanha de distribuição, porta a porta, de fichas de inscrição e prospectos explicativos. «Só na minha freguesia, que tem cinco mil habitantes, já aderiu 30 por cento da população», disse Mário Gouveia.
Numa primeira fase, o serviço vai funcionar em dois pólos - Pedrouços/Águas Santas e Gueifães/Milheiros - com um médico e um enfermeiro por equipa, apoiados por uma viatura. Dois meses depois, a Avale vai lançar uma clínica para cuidados médicos de especialidade, que ficará instalada na sede da Junta de Freguesia de Milheiros.
Medicina dentária, cardiologia, oftalmologia, ginecologia e obstetrícia são algumas das especialidades a cobrir, numa selecção que considerou as maiores lacunas no serviço prestado pelos centros de saúde.
Médicos trabalham por solidariedade
Alguns dos profissionais de saúde já recrutados «são amigos dos nossos amigos» e outros foram escolhidos na sequência de um anúncio de jornal, explicou Mário Gouveia. «De todo o modo, são todos profissionais que estão no projecto numa perspectiva de solidariedade», sublinhou.
Os primeiros pagamentos aos profissionais serão feitos por serviço prestado, mas o presidente da Avale equaciona fixar uma avença. Nas suas declarações à Lusa, Mário Gouveia considerou «inevitável» que todas as outras autarquias venham a assumir, por delegação, a gestão dos cuidados de saúde primários.
«Só espero que essas competências não fiquem centralizadas nas câmaras. Está provado que as juntas de freguesia ou associações de freguesias podem exercer melhor essa função, porque estão mais próximas das populações», sustentou o presidente da Avale.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Saude_à_portuguesa


domingo, 4 de março de 2007

Um azar nunca vem só

1 - Não bastava perder as urgências,
Um troço com cerca de 15 metros de comprimento e seis de altura da muralha interior da Fortaleza de Valença ruiu hoje, quase atingindo duas crianças que brincavam nas redondezas.

2 - Não bastava o sacrifício de estar longe da terra mãe,
Cerca de mil portugueses e luso-descendentes manifestaram-se frente ao Consulado de Versalhes contra o encerramento deste e de mais cinco consulados em França

3 - Não há um único número certo neste país?
Os cadernos eleitorais continuam assombrados. Os dados mais recentes, que incluem valores fidedignos do número de não recenseados, dizem que o círculo do Porto tem 82 mil eleitores fantasma

4 - Não é que é mesmo?

sábado, 3 de março de 2007

E o tempo de espera vai aumentar



...quando, em vez de várias portas, passamos a dispôr de uma única (e a sala não cresceu)!
1- PENICHE Urgências/Peniche:Mais de 2 mil apoiaram Câmara contra fechoMais de duas mil pessoas apoiaram hoje a autarquia de Peniche na defesa da manutenção da urgência básica do hospital daquela cidade, contrariamente à proposta da comissão de peritos que estudou a reestruturação das urgências hospitalares.Diário Digital (03/03/2007 18:03) Peniche: mais de 2 mil contra fecho de urgênciasProposta da comissão de peritos aponta para encerramentoPortugal Diário (03/03/2007 18:03) Urgências/Peniche:Mais de 2 mil pessoas apoiaram hoje Câmara contra fechoO encerramento da urgência básica do hospital S. Gonçalves Telmo de Peniche foi também contestada pelos autarcas de todas as forças políticas locais - CDU,PS,PSD - que se fizeram hoje represent...RTP - Nacional (03/03/2007 17:03) Mais de 2 mil pessoas apoiaram Câmara de Peniche contra fecho da urgência b...O encerramento da urgência básica do hospital S. Gonçalves Telmo de Peniche foi também contestada pelos autarcas de todas as forças políticas locais - CDU,PS,PSD - que se fizeram hoje represent...RTP - Nacional (03/03/2007 17:03)
2 - RÉGUA Urgências/Régua:500 pessoas em debate reivindicam manutenção urgênciaO salão nobre da Casa do Douro acolheu cerca de 500 pessoas, entre os quais os presidentes das três autarquias da área de influência do D.Luíz I, designadamente Nuno Gonçalves (PSD), da Régua, Mar...RTP - Nacional (02/03/2007 00:03)
3 - Valença
4 - etc

sexta-feira, 2 de março de 2007

Sondagem a mais de 120.000 inquiridos




Trabalhadores aprovam nova manifestação durante Cimeira Europeia
Os trabalhadores que se concentraram hoje em Lisboa aprovaram a realização de uma “grande manifestação” num dos dias da Cimeira Europeia, que se realizará em Lisboa a 18 e 19 de Outubro, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia.Público - Geral (02/03/2007 19:03)
Trabalhadores aprovam nova manifestação durante Cimeira Europeia
A decisão integra uma resolução aprovada frente à Assembleia da República pelos mais de 100.000 manifestantes que vieram de todo o país para protestar contra a política laboral e social do Governo. ...RTP - Nacional (02/03/2007 18:03)
Mais de 120 mil pessoas participaram na manifestação contra a política laboral
Entre 120 mil a 150 mil pessoas participaram na manifestação contra a política laboral do Governo no centro de Lisboa.Público - Geral (02/03/2007 18:03)
Mais de 120 mil pessoas em manifestação contra a política laboral
Entre 120 mil e 150 mil pessoas, segundo as contas da PSP e da CGTP, participaram na manifestação contra a política laboral do Governo, que decorreu hoje no centro de Lisboa.Público - Geral (02/03/2007 18:03)
Manifestação chega à Assembleia da República
A manifestação, convocada pela CGTP para protestar contra a política laboral e social seguida pelo Governo, já chegou à Assembleia da República, em Lisboa.Quando o início da manifestação chegou ao Largo do Rato, o final ainda estava na Avenida da Liberdade. Números provisórios da ()Jornal de Notícias (02/03/2007 18:03)
Manifestação em Lisboa junta 25 a 30 mil trabalhadores do sector privado
Entre 25 a 30 mil trabalhadores do sector privado aderiram à manifestação de hoje, em Lisboa, convocada pela CGTP contra as propostas para a administração pública do Governo, que acusam de promover o aumento do custo de vida, o desemprego e a precariedade.Público - Geral (02/03/2007 16:03)
Trânsito condicionado no centro de Lisboa devido à manifestação da CGTP
A manifestação organizada pela CGTP, esta tarde, em Lisboa, está a congestionar o trânsito em várias artérias do centro da cidade. A divisão de trânsito da PSP aconselha os automobilistas a evitarem a zona, alertando para as demoras que o protesto poderá gerar.Público - Geral (02/03/2007 16:03)
Mega-manifestação à porta da Assembleia-geral da PT
Os trabalhadores da Portugal Telecom estão em manifestação à porta do Centro de Congressos de Lisboa, onde decorre a Assembleia-geral dos accionistas da empresa. Agência Financeira (02/03/2007 15:03)

a abertura da USF Ponte não descongestionou o CST, na possibilidade de ter sido essa a sua finalidade

Requerida marcação duma Assembleia de Freguesia Extraordinária
Os membros eleitos da Assembleia de Freguesia (AF) de Caldelas, Cândido Capela Dias, João Pedro Ribeiro e José Luís Oliveira requereram ao presidente da Mesa da AF a marcação de uma sessão extraordinária daquele órgão.
Os membros eleitos da Assembleia de Freguesia (AF) de Caldelas, Cândido Capela Dias, João Pedro Ribeiro e José Luís Oliveira requereram ao presidente da Mesa da AF a marcação de uma sessão extraordinária daquele órgão.
Para o efeito, apresentaram como argumentos, o facto da recém criada Unidade de Saúde Familiar (USF) de Ponte ter provocado a deslocalização de diversos médicos do Centro de Saúde das Taipas (CST) para aquela Unidade. Alegam que essa deslocalização não foi acompanhada pelo preenchimento das vagas deixadas por esses profissionais de saúde o que, no entender destes, terá agravado a prestação dos cuidados de saúde primários uma vez que, neste momento, há cerca de 7500 cidadãos sem médico de família.
Pelos motivos acima expostos, que entendem merecer especial atenção e discussão, os requerentes pretendem a marcação, com carácter de urgência, de uma AF Extraordinária, com vista a uma eventual tomada de posição, por parte deste órgão da Assembleia de Freguesia.
Junta de Freguesia emite comunicado Entretanto, o Executivo da Junta de Freguesia de Caldelas, também já se pronunciou sobre este assunto. Em comunicado enviado à comunicação social, dão conta de uma recente visita à sede do CST a fim de averiguarem o actual funcionamento dos Serviços de Saúde na sua área de abrangência.
O comunicado faz referência à efectiva falta de médicos de Medicina Geral e Familiar com que se depara o CST e que se agravou, desde o início do ano, com a abertura da USF de Ponte. Refere ainda a necessidade dos utentes se deslocarem para as instalações do CST de madrugada, à espera de conseguir uma vaga para consulta o que, nem sempre se verifica. Alusão ainda ao facto de existir a possibilidade de marcações de consultas via telefone que, nesta altura, o fazem para datas superiores a dois meses.
Na sequência destas e outras constatações, o Executivo da Junta de Freguesia de Caldelas enumera uma série de pontos, dos quais a seguir destacamos alguns, que traçam a seguinte realidade:
- Cerca de 25 % dos utentes não aceitaram a transferência, não acompanhando os seus médicos para a USF Ponte, preferindo permanecer no CS Taipas sem médico, por tempo indeterminado;
- Cresceu 23 % o número de utentes sem médico, na sede do CST, entre Dezembro de 2006 e Fevereiro de 2007, correspondendo a 3400 e 4500 utentes, respectivamente;
- Presentemente, há 7500 utentes sem médico no CST, sendo 4500 na sede (já mencionado), 2000 da Extensão de Ronfe e cerca de 1000 da Extensão de Souto;
Acabam ainda por concluir que a abertura da USF Ponte não descongestionou o CST, na possibilidade de ter sido essa a sua finalidade.
Ainda no mesmo comunicado, é dado a conhecer que dois médicos que se encontravam a estagiar no CST e que prestaram provas esta semana, foram imediatamente colocados no Centro de Saúde de Moreira de Cónegos.
Ao mesmo tempo e quase a finalizar o referido comunicado, o executivo taipense compromete-se a assumir, entre outros, os seguintes compromissos:
- Obter informação da Sub-Região de Saúde de Braga quanto aos critérios que conduziram à colocação dos dois estagiários em Moreira de Cónegos, quando estes obtiveram formação neste CS Taipas e já estavam relacionados com inúmeros utentes do CST;
- Qual a razão do CST, não ter sido incluído nas cerca de 14 vagas “carenciadas”, perante a situação gravosa vivida nas Caldas das Taipas;
- Solicitar a abertura de vagas no CST para a área de Medicina Geral e Familiar, com a maior celeridade no processo relativo ao concurso público;
Assumem ainda que promoverão, por todos os meios ao seu alcance, o combate a mais uma medida do Governo (que consideram desastrosa), “que apenas visa objectivos economicistas, relegando seres humanos para o esquecimento, contradizendo estes objectivos com os grandes projectos anunciados para um país com carências de toda a ordem". Uma das medidas a tomar pelo executivo taipense, no intuito de esclarecer toda esta situação, já está em marcha. No próximo dia 6 de Março, pelas 9.30 horas, reúne com Castro Freitas, director da Sub-Região de Saúde de Braga, conforme consta do mesmo comunicado.
Texto: Manuel António Silva 2007-03-01
......
Mais de sete mil utentes sem médico de famíliaHá 7500 utentes do Centro de Saúde das Taipas sem médico de família. Este número resulta da criação da Unidade de Saúde de Ponte, que não absorveu todos os utentes, e está na base de um requerimento, apresentado pelos eleitos na Assembleia de Freguesia de Caldelas, para convocação de uma sessão extraordinária.
Jornal de Notícias

quinta-feira, 1 de março de 2007

No Boneco

Acho que isto faz tudo parte de mais uma nova manobra propagandística deste governo, engenhoso como nenhum outro o foi neste capítulo.
Do tipo: a electricidade vai subir quase 20%!!
Aflições, angústias pelo país todo, de calculadora em punho e coração na garganta.
Finalmente, a "excelente" notícia.
Este governo "benemérito" permite que "apenas" suba uns "meros" 6-7%.
Aleluia, viva o governo!
Isto vai ser parecido.
Fala-se da vergonha que é o mau atendimento nas Urgências de Évora, com carências de pessoal e de meios físicos?
Fala-se na indignidade do atendimento em corredores e em cima de cadeiras de rodas, às vezes de pé, por não haver lugar para sentar as pessoas?
Conversas íntimas à frente da populaça toda presente?
Fala-se que os enfartes agudos do miocárdio são mal tratados em Évora, não que não haja Cardiologistas suficientes, mas porque se teima em não abrir uma Unidade de Hemodinâmica que fizesse as necessárias e mais que comprovadamente vantajosas angioplastias (sabe-se isso há já mais de uma dezena de anos...), correntes nas grandes cidades do Litoral, e que melhoram em muito a mortalidade e a morbilidade dos doentes com esta patologia?
Fala-se que a Unidade de AVC (1ª causa de morte e morbilidade em Portugal) ainda está incapacitada de fazer trombólise (o melhor tratamento) por falta de aparelho de Ressonância Magnética?
Mas que estas acabam por ser feitas na mesma, só que tarde demais para a administração do tratamento, num estabelecimento privado ali ao lado (CDI) a preço de ouro, para efeitos meramente diagnósticos e não terapêuticos (onde está a poupança?)?
Fala-se na ausência de capacidade de monitorização nas enfermarias da saturação do oxigénio (um mero aparelhito que se enfia no dedo, relativamente barato...) nos doentes com insuficiência respiratória?
E de tantos outros aparelhos básicos (esfignomanómetros para medir a tensão arterial, seringas infusoras, etc...)?
Fala-se em optimizar o recurso às Urgências Centrais, sendo que bastaria para tal a obrigatoriedade do doente vir com carta do médico de família (claro que para isso seria necessário que os mesmos estivessem a trabalhar em SAP's), pagando mais em caso contrário (um preço de consulta)?
Podendo-se então (e só então), naqueles sítios, reduzir ou optimizar o pessoal, que já não teria a afluência mal encaminhada que constitui a maioria das "Urgências" dos dias que correm.
Não se fala nos casos sociais que entopem as enfermarias, doentes que não saem de lá por não terem para onde ir, sem retaguarda nenhuma (a não ser nos líricos documentos atirados não se sabe bem de onde para a comunicação social), ocupando vagas que se deveriam destinar a doentes agudos, que assim ficam prejudicados na abordagem às suas doenças que requerem tratamento urgente.
Não se fala da vergonha que é a separação física do Hospital de Évora, que obriga a que, se alguém desmaia no Patrocínio, tenha que ligar ao CODU de Lisboa a explicar a situação, que comunica aos bombeiros de Évora a necessidade de transferir o doente... para o outro lado da rua!
Ou que seja necessário chamar uma ambulância de cada vez que um doente precisa de fazer uma radiografia.
Ou que seja necessário chamar uma ambulância de cada vez que, de noite, seja necessário mandar sangue para análises no laboratório... do outro lado da rua!
Ou seja, não se fala de praticamente nada, a não ser da ameaça do fecho de alguns SAP's, em alguns casos a partir de determinadas horas.
Daqui a uns tempos, vai-se dizer que afinal não fecham todos, e que alguns até nem passam a fechar mais cedo, e todos ficam satisfeitíssimos com mais esta "vitória" para a saúde dos cidadãos portugueses.
Não se vão os anéis todos, e ficam os dedos.
O problema é que a mão está toda podre, e ninguém a trata.
A bem dizer, nem se fala sequer nela.
E é esta a grande vitória propagandística deste governo.
É a vida....