domingo, 18 de fevereiro de 2007

«Até a decência e o decoro já se perderam na João Crisóstomo»

1 - Para Carlos Arroz, é clara a analogia entre a alegada intenção do MS em não cumprir a lei no caso do pagamento aos médicos chamados para pôr em marcha o plano de contingência contra a gripe e o atraso na reposição parcial do valor pago pelas horas extraordinárias dos clínicos. O SIM vem alertando há muito para a demora na publicação deste diploma, por não considerar normal o atraso de mais de dois meses. «TM» tentou já por várias vezes obter um esclarecimento do MS sobre esta questão, mas até ao momento a única resposta obtida, da parte do assessor de Imprensa, é que «há que contar com a promulgação» do diploma pelo Presidente da República. Quando confrontado com esta resposta da tutela, Carlos Arroz mostrou-se indignado. «Até a decência e o decoro já se perderam na João Crisóstomo. O facto de o senhor ministro se desculpar com o Presidente da República, quando, como sabemos, o Presidente até nem tem posto entraves à promulgação dos diplomas do Governo, é indecente», afirmou. Carlos Arroz lembrou ainda que é público que Cavaco Silva promulgou todos os diplomas que lhe tinham chegado até ao dia 16 de Dezembro, antes de partir em visita de Estado para a Índia.Recorde-se que este diploma foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros de 6 de Dezembro e até à data de fecho desta edição ainda não tinha sido publicado no Diário da República. (in Tempo Medicina TM 1.º CADERNO de 2007.02.190712321C08107MF07B parte do artigo sob o título Medidas de contingência para surto de gripe geram polémica
SIM contesta modelo de pagamento aos médicos
)
2 - FNAM critica «gestão por impulsos»
«A acção ministerial encontra-se reduzida a uma gestão por “impulsos”, a contraditórias e irrealistas afirmações públicas, a visitas a vários locais e à procura sistemática de conflitos que sejam susceptíveis de desviar as atenções da opinião pública em relação aos aspectos gravosos da sua política». Esta é uma das conclusões da reunião do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que se realizou em Coimbra no passado dia 11
3 - Valença - Manifestção anti-encerramento da Urgência - reacção do actual ministro da saúde português:
- foi uma atitude anti-democrática!
4 - Proustianamente em busca do diploma perdido das USFs, Simédicos encontrou algo de curioso no site da MCSP:
a 2ª parte de um Relatório da A.P.E.S. sobre Análise de Custos e Sistema de Remuneração e Incentivos das USFs.Ficamos assim a saber que para 2007 apenas se prevê a implementação de 34 USFs de modelo 4, sendo que dessas 34 já existem 9 em regime experimental (RRE?), números estes que deveriam desde já pôr a pensar e a fazer contas aos que estão no terreno. Quem fica de fora? E quem entra?As conclusões do mesmo estudo indicam, em contravenção com o proposto pela MCSP, não se justificar a atribuição de incentivos financeiros ao pessoal de enfermagem (antes uma remuneração por actividades específicas) e muito menos ao pessoal administrativo (por terem já assegurada uma melhoria substancial da remuneração).Mas isto é um parecer técnico e a decisão política é que deve prevalecer…
5 - da mesma fonte:
O auto-intitulado Maquinista do SNS, num discurso panegírico dirigido aos deputados (apelidados de passageiros de comboio) do Partido Socialista reunidos nas suas Jornadas Parlamentares em Óbidos, mais uma vez esquece e insulta o remanescente (paradoxalmente maioritário) dos Médicos de Família que, com a sua falta de qualidade, contribuíram para colocar esse SNS e os seus Cuidados de Saúde Primários tão bem colocados a nível mundial. Médicos esses que têm até de trabalhar fiado em serviços de atendimento urgente de abre-fecha, já que afinal as USF's em funcionamento não conseguiram, ao contrário do que apregoa o Maquinista, reduzir a afluência às urgências hospitalares. Movendo-se com a proverbial graciosidade de um elefante numa loja de cristais, o Maquinista até fala em médicos pagos por incentivos…

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