quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Administração aguarda despacho ministerial


Director do S. José vai dirigir Centro Hospitalar do Alto AVE
O novo conselho de administração do futuro Centro Hospitalar do Alto Ave, que integra os hospitais de Guimarães e Fafe, já está encontrado. Os actuais dirigentes do hospital vimaranense mantêm-se em funções, com excepção do director clínico, que será substituído pelo actual director do hospital de S. José, Dias dos Santos. A proposta da Administração Regional de Saúde do Norte para o conselho de administração do Centro Hospitalar do Alto Ave está formalizada e encontra-se a aguardar ratificação do ministro Correia de Campos. A administração do Hospital de Guimarães transita quase integralmente para a nova estrutura, com excepção do director clínico demissionário Fausto Fernandes. Assim, o nome indicado para a direcção clínica do Centro Hospitalar é o do actual director do Hospital de Fafe, Dias dos Santos.
[ 28/02/2007 - 23:59] [Rui de Lemos]

E A HEMODIÁLISE?

´São brancos... entendam-se!


Rede de urgências hospitalares
No Prós e Contras desta noite Correia de Campos beneficiou da melhor sessão de esclarecimento que poderia ter a favor da sua reforma das urgências. A presença dos dois representantes da comissão técnica foi essencial para mostrar os enormes benefícios da reforma e a falta de fundamento da sua contestação. A estratégia ministerial de oferecer compensações a quem perde os SAP sem ser contemplado com uma urgência básica é francamente bem sucedida, como ficou patente pelos testemunhos de alguns presidentes de câmara municipal. Para os recalcitrantes ficou a alternativa: ou entram em negociações e obtêm alguma contrapartida, ou prosseguem a contestação e ficam sem nada...
[Publicado por vital moreira]

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Faz algum sentido que...
...os municípios adquiram participações em empresas privadas gestoras de unidades do SNS sediadas na sua área territorial? Os municípios têm, ao menos, alguma competência em matéria de cuidados de saúde diferenciados? Esta iniciativa não tem todo o ar de um "frete" financeiro à referida empresa privada? O Tribunal de Contas não deveria ter uma palavra a dizer sobre estes "investimentos" municipais?
[Publicado por vital moreira]

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... O aumento do desemprego foi outro assunto que motivou uma acesa troca de palavras entre o líder social-democrata e o primeiro-ministro, com Marques Mendes a recordar que, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, no último trimestre de 2006 a taxa de desemprego atingiu os 8,2 por cento, o que corresponde a "453 novos desempregados por dia" ao longo desses três meses.
"Isto é um desastre social", salientou Marques Mendes.
Na resposta, José Sócrates preferiu-se centrar-se nos dados relativos ao emprego, assinalando o aumento de 0,7 por cento verificado durante o ano de 20 06, que permitiu a criação de 37 mil novos empregos, o que acabaria por levar Marques Mendes a acusar o primeiro-ministro de estar a ser "autista".
"Não acha que está a ser autista? Não vê que a taxa de desemprego está a subir? Deve ser o único português que não vê", referiu Marques Mendes.
"O desemprego não se elimina por decreto", respondeu José Sócrates.
Relativamente à reestruturação das forças de segurança anunciada pelo primeiro-ministro na abertura do debate mensal, Marques Mendes reconheceu a necessidade de modernizar e reorganizar o sector.
"Acompanhamos o Governo nessa preocupação", disse, considerando positiva a manutenção da autonomia da PSP e da GNR, mas alertando para o "especial cuidado" com que terá de ser conduzida a integração da Brigada de Trânsito e para a necessidade de "não descorar" o interior do país.
"Espero que esta reestruturação seja feita com mais inteligência, mais sensatez e menos disparates que a reestruturação das urgências", disse Marques Mendes.
RTP/Agência LUSA
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Numa reunião com o Presidente da Suíça, o primeiro-ministro português apresentou-lhe os seus ministros:- Este é o ministro da Saúde, este é o ministro dos Negócios Estrangeiros, esta é a ministra da Educação, este é o ministro da Justiça, este é o ministro das Finanças…
Chegou a vez do Presidente da Suíça:- Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro dos Desportos, este é o da Educação, este o da Marinha…
Nessa altura, com ar emproado, José Sócrates começou a rir:- Ha! Ha! Ha!…. Para que é que têm um Ministro da Marinha, se o vosso País não tem mar?
O Presidente da Suíça faz um ar digno e respondeu:- Não seja inconveniente. Quando apresentou os seus ministros da Educação, da Justiça e da Saúde, também não me ri.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Nabu ô Surdu?

O presidente da concelhia do CDS-PP de Arcos de Valdevez inicia hoje uma greve de fome contra a intenção do Governo de fechar o SAP do centro de saúde local.
Rui Mendes garante que só vai desistir quando o ministro da saúde recuar na decisão de fechar o serviço de atendimento permanente e adianta que está preparado para aguentar firme.
“Pretendo levá-la até às últimas consequências, até o meu corpo resistir e a minha saúde me permitir. Portanto, é por tempo indeterminado, até os médicos mandarem ou o senhor ministro dizer que o centro de saúde é para manter”, disse.
O autarca acrescenta que avança, agora, para a greve de fome porque a vai fazer no “serviço de urgências de Arcos de Valdevez, com médicos 24 horas por dia e, se a for fazer daqui a seis meses, já não tenho médicos”.
Este protesto avança apesar do líder da distrital do partido o ter tentado demover.
RR
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Apesar da convocatória surgir em cor-de-rosa, é contra a politica de Saúde do Governo socialista que a população de Arcos de Valdevez está a ser mobilizada.
Um pouco por toda a vila estão a ser distribuídos panfletos apelando à participação da manifestação de amanhã.
Em causa, o encerramento nocturno do serviço de atendimento permanente que funciona como verdadeiras urgências no centro de saúde local.
Em Arcos de Valdevez, a reestruturação dos serviços de urgência planeada pelo Ministério da Saúde ainda não é totalmente desconhecida. Ainda assim, os utentes do Centro de Saúde nem querem ouvir falar no encerramento nocturno dos serviços.
O serviço de atendimento permanente do Centro de Saúde dos Arcos de Valdevez atende todas as madrugadas cerca de uma dezena de pessoas com os mais variados problemas.
O director deste Centro de Saúde até reconhece mérito no programa de Governo para reestruturação do mapa de urgências a nível nacional. Mas a situação dos Arcos de Valdevez, devido à sua geografia, devia, na opinião deste responsável, ser repensada.
Com ester e outros argumentos, a população dos Arcos prepara-se amanhã para sair à rua em protesto. A manifestação terá início junto à Câmara Municipal.
TVI

domingo, 25 de fevereiro de 2007

O Prós-e-contras de amanhã promete!

Um estilo por vezes "descontraído de mais"
Pedro Correia - DN Online
"Até o número de mortes por acidente de viação baixou, nos primeiros onze meses de 2005. Para isso terá contribuído o aumento do preço do combustível." Esta declaração de Correia de Campos, ao enunciar ontem as virtualidades do Serviço Nacional de Saúde, pretendia ser irónica. Mas não arrancou mais do que alguns sorrisos amarelos das pessoas que o escutavam na cerimónia de assinatura dos protocolos entre o Ministério da Saúde e seis municípios. "Este ministro é mesmo assim: tem um estilo que por vezes é descontraído de mais", comenta ao DN um deputado socialista, entre algumas farpas a Correia de Campos.
De facto, o titular da pasta da Saúde é um dos elementos mais polémicos do actual Executivo. E bem pode queixar-se de si próprio. A forma como tem gerido alguns temas incómodos, suscitando contestação até nas fileiras socialistas, revela uma vocação para franco-atirador que contrasta com o estilo sóbrio, contido e controlado do chefe do Governo. José Sócrates já mais de uma vez agiu para controlar danos provocados pelo seu ministro da Saúde. Foi assim há um mês, quando Sócrates destacou Correia de Campos para o Alentejo, depois de o ministro ter feito declarações mal recebidas pelos autarcas socialistas de Mértola e Odemira. "A instalação de unidades rápidas de suporte intermédio de vida [naqueles concelhos] não é prioritária", disse Correia de Campos. Logo após dois indivíduos em Odemira terem falecido por falta de atendimento em tempo útil. Por insistência de Sócrates, o titular da Saúde acabou por anunciar quatro novos serviços de urgência básica no interior do Alentejo. Isto porque, como disse então, os alentejanos "afinal não são cidadãos de segunda".Mas a polémica não parou aqui. Num dia, Correia de Campos anunciou um inquérito às circunstâncias em que um homem atropelado em Odemira demorou quase sete horas a ser evacuado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde faleceu três dias depois. No dia seguinte, mandou travar a investigação. "Não faço inquéritos por demagogia", justificou na Assembleia da República.Este ministro que tanto garante "termos de viver com os meios que temos" como admite contratar médicos ao estrangeiro fez exaltar os ânimos socialistas ao decretar novas taxas moderadoras sobre internamento e cirurgia, passando pelo encerramento de sucessivas maternidades - um dos temas que mais suscitou críticas ao Governo em 2006, até dentro do aparelho do PS, que Sócrates quase conseguiu pacificar por completo.
Há uma semana, foram os próprios deputados do PS a irritarem-se com uma declaração de Correia de Campos, que lhes chamou meros "passageiros" de um comboio liderado por ele. Tudo começou quando o ministro comparou a reforma da saúde a "um comboio, uma caravana em marcha". Nada de mal se ficasse por aqui, mas com ele são frequentes as situações em que existe um notório excesso de palavras."O maquinista, quando muito, serei eu. Os senhores são passageiros que representam os cidadãos", sublinhou o titular da Saúde aos deputados do seu partido, falando nas jornadas parlamentares do PS, realizadas em Óbidos. A declaração foi mal recebida por vários deputados.A propósito do anunciado encerramento de 15 urgências hospitalares, o peculiar estilo de Correia de Campos voltou a estar em foco. Por exemplo, na passada terça-feira, ao acusar milhares de manifestantes reunidos em Chaves de "perturbarem a ordem pública e a livre circulação dos cidadãos." Uma frase muito semelhante à que proferira dias antes, contra protestos idênticos realizados em Valença - um município de maioria socialista. Também na gestão deste problema o ministro tem parecido por vezes um pouco "descontraído de mais". Razão suficiente para que Sócrates, por contraste, sinta mais motivos de preocupação. Que mais irá dizer António Correia de Campos?
.................... Veremos amanhã no Prós e Contras da RTP1
Mais este discurso parcialmente transcrito do portal da saúde.

Intervenção do Ministro da Saúde e Protocolos entre Câmaras Municipais e ARS, 25 de Fevereiro de 2007.

Desejo cumprimentar os Municípios presentes e os respectivos Senhores Presidentes, bem como agradecer às Administrações Regionais de Saúde (ARS) do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo o esforço que desenvolveram para aqui chegarmos.
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Não blasfememos contra as instituições, mas contra os homens. Durante as últimas três décadas fomos nós que deixámos de olhar para estes pequenos hospitais, continuando a pensar neles como hospitais-miniatura. Sem espírito crítico, com escasso estímulo, sem “benchmarking” estes pequenos hospitais cresceram um pouco ao sabor do impulso dos recursos reunidos, das personalidades liderantes, das dependências e articulações com os vizinhos mais poderosos. Todos têm uma porta aberta, a que chamam urgência, sem o ser, que atende diariamente por vezes mais de uma centena de doentes, internando poucos, referindo ainda menos para o escalão superior e, sobretudo, conferindo alta imediata às patologias ligeiras que os procuravam. Quase todos têm ou tiveram cirurgia programada, em pequena dimensão, mas nenhum dispõe de verdadeira cirurgia ambulatória. Quase todos acolhem muitos doentes crónicos, idosos e dependentes, mas só agora estão a criar condições para unidades de convalescença e média duração. Quase todos acolhem as patologias de acidentes vasculares cerebrais, mas nenhum dispõe de uma unidade dedicada a AVC e poucos articulam de imediato o termo do episódio agudo com o início da reabilitação física e funcional do doente. Um enorme esforço de redefinição de missão está à frente de cada um de nós, nestes hospitais. (esta está correcta, na nossa humilde opinião)
Vejamos um pouco como está o SNS. E posso garantir-vos que ele está bem. ... É surpreendente termos ainda conseguido baixar a mortalidade infantil, entre 2004 e 2005, de 3,9 para 3,5 óbitos por mil nados vivos e a perinatal de 4,6 para 4,3. Como é sabido, a concentração de locais de parto desempenhou aqui um importante papel. (em que ano aconteceu essa concentração?)
Continua a decair a incidência da tuberculose de 35,2 para 29,0 por 100 000 habitantes, entre 2004 e 2006. (desde que ano?)
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O planeamento familiar, foi reactivado já com este Governo: os Centros de Saúde com stocks de contraceptivos para 6 meses mais que duplicaram, de 15% para 36%, entre 2004 e 2006. Hospitais e Centros de Saúde estão hoje quase todos equipados com consulta de planeamento familiar, protocolos para referência de situações de risco, e contracepção de emergência. (e o planeamento familiar tinha sido alguma vez suspenso? e as verbas foram aumentadas? Aonde?)
Até o número de mortes por acidente de viação baixou, nos primeiros onze meses de 2005, de 966 para 763 mortes de estrada, nas primeiras duas horas. (fabuloso!!)
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As cirurgias no SNS continuaram a crescer sustentadamente entre 2005 e 2006. Os doentes em lista de espera cirúrgica baixaram 8,1% no total e há menos 19% de doentes em espera há mais de seis meses. A mediana de tempo de espera passou de 8,6 para 6,9 meses, com uma redução global de 1,7 meses de espera. (a oposiçaõ vai adorar!)
Finalmente as consultas programadas de cuidados de saúde primários subiram 2,3% no total, 3,4% nas consultas do ano e baixaram correctamente, 2,9% nos atendimentos do SAP. Assim deve ser. (consultas programadas nos SAP?)
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O sistema tem vindo a ser progressivamente corrigido. Mais acolhimento programado e menor improvisação sem qualidade. É este o objectivo da política de qualidade no atendimento. Queremos dar a todos cuidados com alta qualidade. Venceremos as distâncias entre montes e vales para o conseguirmos, com os mais modernos e seguros meios de transporte. Colocaremos mais 400 mil portugueses a menos de meia hora de uma sólida e qualificada urgência, básica ou médico-cirúrgica. (boa promessa - quando? meia hora de viagem ou meia hora do atendimento médico?)
O nosso SNS está melhor e pode ainda melhorar mais. (verdade - progressivamente nos últimos 30 anos)
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Foi fácil chegar a algumas unanimidades: necessidade de ampliar a oferta em consultas de especialidade (?); de organizar cirurgia de dia em oferta permanente, não programada (?); de reconverter parte dos leitos de cirurgia em leitos de convalescença ou de cuidados de média duração; de transformar leitos de medicina em pequenas unidades de AVC . Por outras palavras, substituir o modelo “hospital de miniatura” pelo modelo de hospital de proximidade, com respostas bem ajustadas aos problemas dominantes da população que servem.
Este trabalho constituiu um laborioso bordado conceptual, já iniciado pelas Administrações Regionais de Saúde com os dirigentes de cada hospital, sempre sob o olhar atento dos munícipes. Àqueles incumbia o aperfeiçoamento técnico da missão do hospital. A estes incumbiu ajustar a missão ao imaginário do munícipe-tipo.
Negociar soluções inovadoras, modernas, que rumem ao futuro, sem romperem com o passado e o presente, e sobretudo sem fazerem aluir o conceito de refúgio, antes redobrando as condições para que uma nova confiança se faça sentir, foi tarefa não-fácil. Longa, laboriosa, projecto de divulgação-formação-acção, correndo inúmeros riscos de ficar pelo caminho. (longa ?)
Honra àqueles que hoje aqui estão. Situações todas diferentes, idiossincrasias específicas, irrepetíveis, passados e tradições bem diversas de caso-para-caso. Chegarmos aqui hoje, foi o fruto de um lento e importante labor negocial. Com imperfeições? Certamente, mas sempre passível de aperfeiçoamento. O que se fez com diálogo honrado e laborioso demonstra o bem fundado do caminho negocial que adoptámos. (diálogo? isso implica 2 pessoas que saibam ouvir e sejam honradas!)
Alguns poderiam estar aqui hoje e faltou-lhes a energia para o passo final. Continuaremos disponíveis, de portas abertas, prontos a aceitar peculiaridades e a lutar pelo progresso, desde que com um modelo coerente, articulado e respeitador dos valores e da cultura local.
Não contem connosco, todavia, para o conservadorismo amolecido de modelos ultrapassados, dispendiosos, inseguros para o cidadão e sobretudo enganadores na falsa disponibilidade. Um modelo de especialidade e urgências ao pé da porta de cada um, simplesmente não existe. Propô-lo seria irresponsável, perpetuá-lo será hipotecar o futuro. Nada mudar, seria uma covardia que os nossos Cidadãos não tolerariam, quando se apercebessem da dimensão do logro.
A solução agregadora de unidades hospitalares em centros não é uma originalidade nacional. É usada em todos os Países, já antes de o estarmos a fazer agora, como forma de concentrar recursos, ganhar qualidade, melhorar o serviço e prestar cuidados iguais a necessidades iguais. Ninguém nos perdoaria se, consciente ou levianamente, para fugirmos à impopularidade do curto prazo, tolerássemos a mais cínica das desigualdades: a desigualdade da qualidade, sob a capa da aparente proximidade. Em Saúde, quase nunca o que é mais próximo é melhor. O melhor é quase sempre o mais seguro, o mais definitivo, ainda que mais distante. É neste último atributo que se concentram muitos dos meios que agora vamos mobilizar. A distância não é impedimento de qualidade. Vence-se hoje com mais facilidade que a qualidade se improvisa. Iremos continuar com todo o vigor o investimento em transportes adequados para doentes, tal como realizámos nos últimos dois anos. VMER, SIV, ambulâncias regulares até helicópteros estão hoje na agenda desta importante reforma. (estamos de acordo, mais uma vez - pena serem poucas)
Nas próximas semanas e meses continuaremos em disponibilidade permanente para discutir, negociar e acomodar as adaptações que o bom senso recomende, e a correcção de princípios tolere. (será?)
...
Perseverar com equilíbrio é o nosso dever cívico essencial.
O Ministro da Saúde António Correia de Campos

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Se estiveres comigo...que se lixe o estudo, as lógicas...









Buzinão contra fecho das urgênciasO protesto estava marcado para as três da tarde, mas ainda antes da hora de almoço, uma carta assinada pela presidente da Câmara do Montijo anunciava um passo atrás na ideia de encerrar as urgências no hospital local. A carta foi distribuída nas barbas dos manifestantes, mas as buzinas já estavam afinadas.TVI - Informação (24/02/2007)
Algumas urgências que iam fechar mantêm-se abertasAs urgências do Montijo estavam incluídas na lista das 15 previstas pela Comissão Técnica para fechar portas. Essa era a recomendação do estudo, mas afinal foi precisamente o contrário do protocolo assinado hoje entre Ministério da Saúde e seis autarquias. A presidente da Câmara do Montijo avança mesmo que nem havia razão para a população sair esta tarde à rua.TVI - Informação (24/02/2007)
Jerónimo de Sousa contra "encerramentos avulsos" das urgênciasJerónimo de Sousa fazia estas declarações à imprensa à margem de um comício realizado hoje no Salão dos Bombeiros Voluntários de Alverca. "Mais valia, em vez de estar a trabalhar à peça, ...RTP - Nacional (24/02/2007)
Marques Mendes: manifestações levaram Governo a recuar no fecho de urgênciasO líder do PSD, Marques Mendes, afirmou hoje que o primeiro-ministro, José Sócrates, “foi obrigado a recuar” na decisão de fechar serviços de urgência porque “teve medo” das manifestações de rua.Público - Política (24/02/2007)
Urgências: Correia de Campos reúne com autarcasO ministro da Saúde preside à assinatura de protocolos com seis municípios com vista à reestruturação da rede de urgências. Um dado confirmado à Lusa por fonte do gabinete de Correia de Campos.Rádio Renascença (24/02/2007)
Urgências: Montijo buzinaDepois de Valença, Vendas Novas e Chaves, agora é a população do Montijo que promete sair à rua em protesto contra o encerramento do serviço de urgências no hospital local.Rádio Renascença (24/02/2007)
Especialidade e urgências à porta seria irresponsávelSeria irresponsável propor um modelo de especialidade e urgências ao pé da porta de cada um, salientou o ministro da Saúde, Correia de Campos, na cerimónia de assinatura de protocolos de cooperação com os municípios de Espinho, Montijo, Fafe, Cantanhede, Santo Tirso e Macedo de Cavaleiros, ()Jornal de Notícias (24/02/2007)
Urgências: Seis autarquias assinam protocolosEspinho, Montijo, Fafe, Catanhede, Santo Tirso e Macedo de Cavaleiros são os seis municípios que assinaram protocolos com o Ministério da Saúde com vista à reestruturação da rede dos serviços de urgências.Correio da Manhã (24/02/2007)
Ministro: Urgências ao pé da porta seriam irresponsabilidadeO ministro da Saúde, Correia de Campos, disse hoje que seria irresponsável propor um modelo de especialidade e urgências ao pé da porta de cada um.Diário Digital (24/02/2007)
Montijo anuncia acordo que garante urgências (act.)A presidente da câmara do Montijo anunciou hoje um acordo entre a autarquia e o Governo que «garante o serviço de urgências» do Hospital Distrital do concelho.Diário Digital (24/02/2007)
Reestruturação da rede de urgênciasEspinho, Montijo, Fafe, Cantanhede, Santo Tirso e Macedo de Cavaleiros assinam acordo com Ministério da SaúdeSic - Vida (24/02/2007)
Urgências: Seis municípios assinam protocolos com (act.)Espinho, Montijo, Fafe, Cantanhede, Santo Tirso e Macedo de Cavaleiros são os seis municípios que hoje assinaram, em Lisboa, com o Ministério da Saúde protocolos com vista à reestruturação da rede de urgências.Diário Digital (24/02/2007)
Seis municípios assinam hoje protocolos sobre as urgências com o GovernoO ministro da Saúde preside hoje à assinatura de protocolos com seis municípios com vista à reestruturação da rede de urgências, disse à Lusa fonte do gabinete de António Correia de Campos.Público - Sociedade (24/02/2007)
Urgências: Seis municípios assinam hoje protocolos com o GovernoSem enumerar quais os municípios que hoje assinam, em Lisboa, os protoc olos com o ministro da Saúde, a mesma fonte confirmou que estão envolvidas autar quias que têm protestado contra as ori...RTP - Nacional (24/02/2007)
Urgências: Seis municípios assinam protocolos com GovernoO ministro da Saúde preside hoje à assinatura de protocolos com seis municípios com vista à reestruturação da rede de urgências, disse à Lusa fonte do gabinete de António Correia de Campos.Diário Digital (24/02/2007)
Câmara do Montijo garante manutenção das urgênciasA Câmara do Montijo está a informar hoje os municípes que alançou um acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS), segundo o qual se garante a manutenção dos serviços de urgência do hospital local.Diário Digital (24/02/2007)
Montijo: Utentes promovem buzinão contra fecho de urgênciasA Comissão de Utentes da Saúde do Montijo promove este sábado à tarde um buzinão de protesto contra o encerramento das urgências do hospital do Montijo.Diário Digital (24/02/2007)
Urgências: Montijo buzinaDepois de Valença, Vendas Novas e Chaves, agora é a população do Montijo que promete sair à rua em protesto contra o encerramento do serviço de urgências no hospital local.Rádio Renascença (24/02/2007)
Sócrates chama a si processo do encerramento das urgênciasO primeiro-ministro, José Sócrates, decidiu chamar a si a condução política do processo de encerramento dos serviços de urgência, tentando extinguir o rastilho que o ministro da Saúde, Correia de Campos, ateou quando, esta semana, acusou os autarcas de estarem a contribuir para a fúria das populações.Público - Política (24/02/2007)
Urgências: ministro vai reunir em Março com os autarcas do Alto TâmegaApesar de ter dito que as negociações estavam encerradas, o ministro da Saúde vai reunir com os autarcas do Alto Tâmega no dia 2 de Março.O Primeiro de Janeiro (24/02/2007)




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Kaskalsasnamão


Sócrates chama a si processo do encerramento das urgências
24.02.2007 - 10h32 Margarida Gomes, Filomena Fontes

O primeiro-ministro, José Sócrates, decidiu chamar a si a condução política do processo de encerramento dos serviços de urgência, tentando extinguir o rastilho que o ministro da Saúde, Correia de Campos, ateou quando, esta semana, acusou os autarcas de estarem a contribuir para a fúria das populações.
Ontem, Sócrates esteve reunido, durante toda a manhã, com Correia de Campos, acertando uma estratégia que tem um objectivo óbvio: pacificação. À tarde, o ministro reuniu-se com os presidentes das administrações regionais de saúde.
Hoje, em Lisboa, alguns dos presidentes de câmara dos 15 concelhos incluídos no estudo técnico que prevê o encerramento de serviços de urgência deverão assinar protocolos de cooperação com o Ministério da Saúde. Nestes é definida (caso a caso) a rede de assistência de saúde pública e são estabelecidas contrapartidas.
Estas novas regras, que resultam de um despacho pessoal do ministro da Saúde, podem passar pelo reforço de alguns meios técnicos e de apoio ao transporte de doentes, alargamento de horários nos serviços de atendimento permanente (SAP) e a eventual manutenção do actual número de médicos. Tudo para contrariar a ideia de que as populações podem perder serviços ou condições de assistência neste processo de reestruturação.
À hora do fecho desta edição, não era ainda conhecido o número exacto de municípios que estavam dispostos a comprometer-se com um protocolo, sendo seguro, no entanto, que a taskforce que Sócrates organizou para responder à crise se empenhava em captar para esta solução o maior número possível de autarcas, não apenas do PS mas também do PSD.
Ao que o PÚBLICO apurou, ao fim da tarde de ontem, as câmaras de Fafe e Santo Tirso, ambas de maioria socialista, teriam já aceite os termos do protocolo, mas havia outras, como Peso da Régua, liderada pelo social-democrata Nuno Gonçalves, que adiavam uma posição para a próxima segunda-feira. Discordando da reestruturação revelada pelo Governo, o presidente da Câmara da Régua disse ao PÚBLICO que será apresentada uma contraproposta, depois de ser sufragada em reunião do executivo.
“A proposta do ministério é uma forma de mascarar o encerramento do serviço de urgência”, justificou o autarca, rejeitando a possibilidade de a urgência hospitalar vir a funcionar com médicos de família dos centros de saúde, entre as 9h00 e as 24h00.
Mais reservado se mostrou Beraldino Pinto, o social-democrata que preside à Câmara de Macedo de Cavaleiros. Contestando o relatório técnico, o autarca garante que está aberto a conversações com o Ministério da Saúde e não fala das eventuais contrapartidas que Correia de Campos lhe terá apresentado.

Sinal vermelho em S. Bento
Com o país na rua a protestar contra o encerramento de urgências e a controversa prestação de Correia de Campos nas televisões, logo após as manifestações de Valença e de Chaves, quando acusou os autarcas de estarem a contribuir para o alarme popular, o sinal vermelho acendeu-se em S. Bento.
Preocupado com a amplifiação dos protestos no país, Sócrates viu aberta mais uma frente de contestação no Parlamento.
Anteontem, PCP e PSD consideraram “inaceitáveis” as “ameaças” feitas pelo ministro da Saúde e os sociais-democratas acusavam mesmo Correia de Campos de “promiscuidade” partidária por ter recebido o presidente da Câmara da Régua, acompanhado por um deputado socialista. E ontem o BE zurzia no plano, denunciando que este “aumenta as dificuldades de acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde e diminui a qualidade do atendimento prestado às populações”. Com o perigo real de a situação ficar fora de controlo, Sócrates decidiu agir. Consciente de que o ataque político no Parlamento iria inevitavelmente recair sobre as mexidas na saúde, o primeiro- ministro joga na antecipação. Na próxima semana, haverá o habitual debate mensal com o Governo na AR e Sócrates quer desarmar ofensivas. O PSD já anunciou que a saúde será o tema forte da sua agenda política nos próximos tempos e aproveitará a presença do chefe do Governo para tentar fazer vingar os seus argumentos de que as políticas seguidas pelo Executivo socialista excluem os mais pobres. Nos restantes partidos da oposição, a contestação está também à espreita. Os protocolos que hoje deverão ser assinados são apenas uma parte da estratégia que visa provar que, ao contrário do que a oposição diz, a reestruturação dos serviços de urgência servirá para o reforço das condições de socorro e emergência às populações. Resta saber como é que Correia de Campos sobreviverá a mais esta barragem política, quando já há no PS quem reclame a sua substituição.

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O meu comentário:

OHoHoH

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

De 1 a 20, 100 ou talvez 1000


Citações
Há sintomas que não enganam. E a política da Saúde em Portugal está como o ministro: a contas com uma forte gripe. Mas enquanto a Correia de Campos parece bastar levar um chá para sair da cama e tentar minimizar os danos, já a estratégia do Governo para inverter as consequências dos protestos contra os fechos das Urgências já só lá vai com antibiótico
Filomena MartinsCorreio da Manhã, 22/02/07
A ingenuidade de Correia de Campos é comovente. Primeiro apresenta os factos que sustentam a decisão; a seguir informa o povo de que nada está decidido. Do que estava o ministro à espera senão de muito ruído?
Paulo FerreiraJornal de Notícias, 22/02/07
Este relatório [da reestruturação da rede de Urgências] não se compreende sem estar montado um sistema de transportes [que o complete]
Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos Jornal de Notícias, 22/02/07
[A opção estratégica de Correia de Campos é] decide e depois logo se vê. [A proposta] apareceu de repente, sem grandes explicações e preparação
Manuela Arcanjo, ministra da Saúde no governo socialista de Guterres Ibidem
As unidades de saúde primárias não estão a funcionar, por isso, os doentes recorrem em massa às urgências
José Mateus, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Torres VedrasDiário de Notícias, 21/02/07
As pessoas deslocam-se para onde há centros de decisão. Se ainda retirarmos determinados serviços essenciais [de Urgência] para a qualidade de vida das populações, parece um convite à desertificação
Fernando Ruas, presidente da Associação Nacional de MunicípiosDiário de Notícias, 21/02/07
[O relatório final apresentado pela comissão] é muito pior do que o primeiro, apresentando erros grosseiros e não tendo em conta as opiniões solicitadas aos municípios
João Baptista, presidente da Câmara Municipal de Chaves Diário Digital, 21/02/07
O ministro só tem de dizer afinal onde ficam as urgências, se em Valença ou em Monção
José Luís Serra, presidente da Câmara Municipal de Valença Sol online, 19/02/07
O ministro fez declarações muito graves ao dizer que o presidente da Câmara manipulou a população. É lamentável que o ministro tenha feito declarações desse nível
Idem, ibidem
[José Valença, presidente da Câmara Municipal de Valença] é o único responsável por esta situação [protesto da população contra o fecho das urgências] e tem de acarretar com as consequências
Correia de Campos, ministro da SaúdeRTP, 18/02/07
O maior problema da unidade [Centro Hospitalar de Torres Vedras] é a inexistência de estruturas pré e pós-hospitalares. Mas não há falta de médicos e de camas
José Mateus, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Torres Vedras Diário de Notícias, 21/02/07
Essa medida [remodelação das urgências] pretende melhorar as urgências, a capacidade de atendimento e a resolução dos problemas. É uma medida que tem de ser criada gradualmente. As alternativas confiáveis e seguras têm de ser criadas antes de se fechar qualquer urgência
Manuel Carrageta, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia Correio da Manhã, 18/02/07
As pessoas pensam que precisam de fazer prevenção mas depois, na prática, acham que o Estado tem de apoiar em todas as situações e que tem de haver serviços de saúde prontos para acudir na hora às pessoas, em caso de emergência
Idem, ibidem
Tem de haver transportes equipados para apoiar os doentes
Idem, ibidem
TM 1.º CADERNO de 2007.02.260712331C18407TM08a

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Não podemos dar tudo a todos e muito menos ao mesmo tempo


Já que só alguns têm acesso ao TEMPO de MEDICINA, aqui fica uma artigo interessante.


Reforma «incendiou» debate sobre USF
A constituição das USF e a reorganização dos centros de saúde foram debatidas em clima de polémica na Secção Regional do Centro da OM. «Clivagem» entre profissionais, «selvática forma de criar as unidades» e «expectativas vilipendiadas» foram algumas acusações a que Luís Pisco procurou dar resposta.

Foi com uma sala repleta que a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos recebeu, no passado dia 13, o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, para uma sessão subordinada ao tema «Constituição das USF — Êxitos e dificuldades. Reorganização dos centros de saúde — O que está previsto». A moderar o debate, o bastonário, Pedro Nunes, recordou que a Ordem vê esta reforma como um «bom modelo, que reforça o papel dos médicos e dos profissionais na gestão dos cuidados de saúde». No entanto, alertou, o modelo pode sofrer «algumas ameaças, se os poderes políticos não lhe derem o devido sustentáculo, traindo as esperanças dos profissionais que nele investirem, e se não resolverem o problema global do sistema de Saúde». Saudando os responsáveis da MCSP, pelo seu empenho numa reforma que «todos desejamos que seja um êxito», o presidente do Conselho Regional do Centro da OM, José Manuel Silva, dirigiu-se aos colegas que optaram pela solução das USF e que «aproveitaram uma janela de oportunidade para trabalharem da forma que consideram mais recompensadora». Mas não esqueceu os outros colegas que, pelo contrário, «quiseram esperar», e deu uma palavra de ânimo aos que, «pelo progresso da reforma, viram vilipendiadas as suas expectativas no que se refere à progressão da carreira, a colocações e concursos». O anfitrião introduziu a «controvérsia» ao ler a carta de um médico que denunciava «desorganização e conflitos» no seu centro de saúde e considerava «selvática a forma de criar as unidades». Finalmente, apresentou ao coordenador da MCSP uma lista de dezenas de perguntas — «na maioria, de colegas» —, de que são exemplo as seguintes:
Será que a reforma teria de ser feita assim?
Porque é que começou pelas USF e não pela reorganização dos centros de saúde no seu todo?
Porque é que se optou por um caminho que ia provocar graves clivagens e onde alguns já se olham como inimigos?
Porque é que uns têm tudo e outros nada em termos de investimento, informatização e prémios de produtividade?
Desigualdades e cisões Luís Pisco respondeu que a reforma foi pensada e «não podia ter sido feita de outra maneira». À fase inicial da criação de «pequenas equipas autónomas de prestação de cuidados, as USF» — uma mudança feita pelos profissionais, «de baixo para cima», e que já estava prevista na lei dos centros de saúde de terceira geração, desde o tempo da ministra Maria de Belém —, o responsável informou que se seguirá a reorganização dos centros de saúde (CS) na sua globalidade. Assim, do agrupamento dos 360 CS hoje existentes surgirão, depois da extinção das sub-regiões de Saúde, 65 novas estruturas: as unidades locais de cuidados de saúde primários (ULCSP), cujo objectivo principal será criar uma sinergia de gestão. O diploma com esta nova versão de CS, adiantou Luís Pisco, está a ser preparado pela equipa de Coutinho de Abreu, do Instituto de Direito das Empresas e do Trabalho, da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. «Teremos uma primeira versão até final de Fevereiro, que será debatida publicamente, e em Março deverá existir uma versão definitiva. Prometemos ao ministro da Saúde que, antes de sairmos — em Abril —, teríamos o decreto-lei pronto a ser aprovado». Luís Pisco reiterou que esta foi a «melhor forma para fazer uma reforma, melhorando a satisfação de profissionais e utilizadores». No que se refere a possíveis clivagens entre equipas das USF e restantes elementos dos CS, geradas pela coexistência de «médicos que têm meios e equipamentos» com «médicos que não os têm», levando a que haja «doentes como diferentes tipos de resposta» — um problema focado pelos clínicos da assistência e pelo próprio bastonário —, o coordenador da MCSP foi claro: «Não podemos dar tudo a todos e muito menos ao mesmo tempo; temos uma reforma para fazer e ela é faseada». Mas o que se pretende, acrescentou, «é que toda a gente tenha as mesmas condições: informatização e sistema de avaliação».A questão da mobilidade dos profissionais que não aderiram às USF também preocupou os clínicos presentes, falando mesmo uma médica de «pessoas que foram enxotadas dos locais onde estavam». A mobilidade dentro do próprio centro de saúde, lembrou Luís Pisco, sempre existiu e está dentro da lei. Alice Oliveira...
CAIXA...
Bastonário reticente em relação às ULCSPJosé Luís Biscaia, coordenador da Unidade de Saúde Familiar de S. Julião, na Figueira da Foz, lamentou que o debate não tivesse sido mais esclarecedor sobre «o novo centro de saúde». No seu entender, as unidades locais de cuidados de saúde primários (ULCSP) virão a integrar «o que de mais nobre há nos centros de saúde, as suas diferentes missões, com mais autonomia e num espaço diferente». Acabam com «as sub-regiões que não funcionam» e são uma «resposta inteligente à tentativa hegemónica do senhor ministro e dos hospitais para fazer unidades locais de saúde».Dissonante, o bastonário avisou que a OM ainda não «sabe bem» o que são estas «65 entidades com autonomia gestionária» e que só depois de esclarecida virá a dar o seu parecer. «Tanto quanto percebi, até aqui havia centros de saúde com pouca autonomia de gestão, mas geridos por um médico. A partir de agora, estarão juntos, criando 65 unidades dirigidas por um presidente». Provavelmente, disse, «a sua característica principal será a nomeação política»....
CAIXA...
Alterações em estudoDe acordo com o coordenador da MCSP, o «agrupar de centros de saúde com gestão comum» far-se-á à semelhança dos hospitais nas já existentes unidades locais de saúde (Matosinhos, por exemplo). As ULCSP — que congregarão USF, centros de saúde e outras unidades operacionais do âmbito dos cuidados primários — terão um presidente e dois vogais, um vocacionado para a direcção clínica e outro para o planeamento e a organização. «Estamos com as cinco ARS a fazer um estudo do que devem ser o perfil e as atribuições destas pessoas e vamos procurar que sejam escolhidas pela sua competência», garantiu Luís Pisco. Pedro Nunes teme que o presidente seja um administrador não médico, tendo como vogais um médico, «que não é necessariamente um especialista em Medicina Geral e Familiar», e um vogal financeiro também administrador. «Isto aproxima-se da gestão hospitalar com os bons resultados a que temos assistido até hoje», reparou o bastonário, sublinhando que esta é a sua «pré-avaliação» e que a da Ordem dos Médicos «surgirá a seu tempo». Gerir ou ser gerido O que fazer aos colegas que não aderiram a nenhuma USF, foi uma das questões colocadas no debate. Luís Pisco lembrou que a USF «é a forma de um conjunto de médicos se organizar dentro de um centro de saúde, fazendo parte dele, como já acontece com algumas extensões de saúde que funcionam de uma forma mais ou menos autónoma». Sublinhando que estas unidades prestadoras de cuidados estão «absolutamente interligadas e dependentes do seu centro de saúde», o médico lembrou que existe um manual de articulação da USF com o seu centro de saúde, que deve ser assinado por coordenador e director, respectivamente, e adiantou que a legislação que sairá em breve «estabelecerá claramente os deveres e as responsabilidades de cada um».Reiterando o carácter voluntário de criação das USF — no debate, alguns médicos haviam sugerido «pressões» —, Luís Pisco sublinhou que «só avança quem quer». «Os colegas que não quiserem, continuam, em bloco, a pertencer ao centro de saúde. Foi dada a oportunidade a quem quisesse avançar primeiro e ter alguma capacidade de autogestão e auto-organização. Os outros estão no direito de não o fazer, ficam onde estão e são geridos». Ao contrário do que tem acontecido até aqui, declarou o responsável, «nós acreditamos na capacidade dos colegas para se auto-organizarem, para se autogerirem e para tomarem responsabilidade sobre um conjunto de tarefas que não precisam que outras pessoas façam por eles».Segundo Luís Pisco, na Missão para os Cuidados de Saúde Primários deram entrada 140 candidaturas a USF, envolvendo mais de dois mil profissionais, 900 dos quais médicos de família. Destas, 70 estão homologadas pelos presidentes das ARS e prestes a entrar em funcionamento, enquanto 48 estão já a funcionar. «Temos USF a trabalhar, as candidaturas continuam a entrar. Estamos a preparar a associação dos actuais centros de saúde em unidades locais de cuidados de saúde primários e a introdução de um novo modelo de gestão, a instituir governação clínica e a reorganizar os serviços de suporte, devido à futura desactivação das sub-regiões de Saúde».

TM 1.º CADERNO de 2007.02.190712321C02107AO07B

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E já agora

Da mesma edição:

"FACTO DA SEMANA
Um pequeno grande artigo de opinião
Esta semana resolvemos destacar um facto que, porventura, terá passado despercebido a muitos. No passado dia 12, o Diário de Notícias publicou, algures no caderno de Economia, e entre outras opiniões, um artigo da professora Manuela Arcanjo. Sim, a ex-ministra da Saúde, que no Governo de António Guterres foi substituída pelo actual tutelador da pasta da Saúde, assina, como professora do ISEG, um artigo de opinião em que não poupa críticas a Correia de Campos. Para a professora de Economia, de formação (e ex-ministra…), o facto de Correia de Campos ter reduzido a comparticipação no custo dos medicamentos, não apostar na melhoria das infra-estruturas dos centros de saúde, não ter reforçado as condições financeiras de incentivo à mobilidade dos profissionais, entre várias outras medidas, parece ter um objectivo — «o de apresentar Portugal como um “estudo de caso” com uma redução da despesa pública!».Se assim não é, pergunta a professora, «aquilo a que se assiste traduz apenas uma visão contabilística da saúde ou terá alguma estratégia inconfessável?».
J.M.A./M.F.T.TM 1.º CADERNO de 2007.02.190712321C26407MF07C

DEPOIS DIGAM-ME QUE SOU ANTI-PS!

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Que raio de regresso


Hoje, e não por ser carnaval, estou numa de transcrever algo que valha a pena.
Encontrei um post intitulado VOLTAR AO PASSADO.
Se quizerem navegar até lá, é Aqui.
Se não quizerem, leiam-no agora:


"Não se interprete isto, como um saudosismo nem tão pouco como um assumir de estar perante a “verdade absoluta”.
Mas a população do interior do país, dos finais da década de 70, saberá bem por certo, dar valor ao “Serviço Médico à Periferia” então criado, que disponibilizou meios (primários sem dúvida) de assistência médica nas aldeias, outrora confinados só aos centros das vilas e cidades.
Dir-se-ia que era a saúde que ia ter com a população, que malgrado a falta de meios técnicos de que dispunha, conseguia chegar bem mais perto da população mais desprotegida, conseguia despertá-la para os cuidados de prevenção da doença, por forma a considerarem a saúde como um bem essencial.
Do idoso ao recém-nascido, do jovem ao adulto, todos eram atendidos, aconselhados e tratados por “clínicos gerais” recém saídos do Internato P1 e P2 (que se seguia à licenciatura em medicina), com uma preparação clínica mínima, mas que muito contribuíram, pela sua juventude e dedicação, para a evolução duma medicina do tipo “João Semana” para uma medicina mais moderna e actualizada em termos de conceitos de prevenção e tratamento.
Muitos destes clínicos por lá ficaram. Outros realizaram, nos grandes centros, a sua especialização e para lá regressaram. Reorganizando serviços e outros criando, deram ao interior do país uma qualidade de saúde e uma “segurança”, para quem lá sempre residiu, bem diferentes das que desde sempre estavam habituados. E a isto as populações se foram habituando.
Mas não só para estes bons hábitos esta política contribuiu.
A melhoria dos indicadores de saúde, como a diminuição da taxa de mortalidade infantil e o aumento da esperança media de vida, são também sua consequência, juntamente com a real melhoria das condições de vida das populações.
Muito a medicina evoluiu, sem dúvida, mais rápido nas duas últimas décadas é certo.
Mas na chamada periferia, a evolução técnica e científica também sucede nos nossos dias, praticando-se da mesma forma uma medicina de idêntica qualidade à dos grandes centros populacionais, sobre o ponto de vista assistencial e de formação pós-graduada, facilitada também pela melhoria das acessibilidades.
Será que se pretende voltar ao passado?
Afastar os cidadãos da saúde, ao invés de os aproximar dela?
Centralizar os meios e desprover o interior de iguais condições de acessibilidade em termos de saúde, condenando-o novamente à desertificação?Afastar os profissionais da periferia dos grandes centros, que desprovidos de “matéria-prima” e de apoios técnicos, se vêm obrigados a procurar outros locais para se sentirem realizados profissionalmente?
É que com o espectro da reestruturação dos Serviços de Urgência e com o argumento da rentabilização de meios humanos (particularmente médicos de especialidades carenciadas), perspectiva-se o encerramento de serviços periféricos (por integração noutros serviços ou por esvaziamento dos seus quadros) não se contabilizando a redução previsível global da actividade programada, que sem os serviços a extinguir ou reduzidos no seu pessoal, irá acontecer.
Nem tão pouco estará a ser tida em conta (à luz da actual regulamentação das Carreira Médicas – Dec.Lei 73/90) a reduzida mais-valia a obter com os profissionais médicos a integrar nos serviços a “reforçar”, particularmente dos já dispensados de prestar trabalho em Serviço de Urgência.
Estica-se a manta para os cuidados de Urgência e destapam-se os cuidados Hospitalares programados. E a "manta" pertende-se que também chegue (e deve chegar, e muito) para os Cuidados Primários.
Não há nada como “programas especiais de combate” do tipo SIGIC para esconder e agravar esta previsível contingência (malgrado os gastos exorbitantes a eles associados), já que o combate para a resolução do problema das situações ditas de urgência, esse que sempre foi considerado como prioritário, nunca foi dirigido assumidamente contra a sua causa primária e quando o é, existem sempre desculpas para a sua ineficácia.
A bem duma reestruturação da rede Hospitalar e de Serviços de Urgência persiste-se no mesmo erro.
Reestrutura-se, centralizando, focalizando e reforçando os Serviços de Urgência para continuarem a prestar o mesmo tipo de serviço ao mesmo tipo de doentes, para tratar o mesmo tipo de patologias.
Ao invés de se investir com firmeza, nos cuidados primários, nas consultas de especialidade devidamente protocoladas e nos tratamentos mais diferenciados dessas especialidades, na proximidade das populações, perspectiva-se a mobilização de profissionais para outras instituições onde a sua rentabilidade de forma alguma será cumulativa, diminuindo-se assim, com a extinção dos serviços, ainda mais a equidade e a acessibilidade aos cuidados de saúde.
E nem com a promessa (demagógica) de investimentos na construção de muitos Hospitais de Proximidade (a exemplo da vizinha Espanha – alguns deles já falidos) ou com a aposta ainda não conseguida nas USF, se consegue afastar o espectro das dificuldades que este Ministério, bem como os antecessores, têm tido em resolver o problema da saúde nas últimas duas décadas.
A inexistência duma avaliação correcta e aprofundada das actuais capacidades instaladas e da sua produtividade em termos de qualidade e quantidade, a ausência/redução de incentivos para aumento da produtividade e diminuição do desperdício, a permanente redução de efectivos e do orçamento para a saúde, a par da falta de actuação integrada, coordenada e bem clara sobre os vários sectores, condena qualquer estruturação do SNS ao insucesso, perpetuando os mesmos problemas, as mesmas dificuldades e a mesma insatisfação dos profissionais e da população.
E a quem interessa esta situação? "
Postado por J.F em 01:55
NOTAS
- lá tem uma foto, aqui não!
- lá tem comentários, aqui não!

A voz e a vós


Li, gostei, transcrevi:
"E, embora o povo, em geral, se apresente pouco esclarecido, já aparecem pessoas a mostrar que raciocinam pela própria cabeça e não seguem cegamente os ditames dos respectivos partidos ou de outras instituições. A provar esta evolução que vem confirmar posições já tomadas nestas páginas, encontrei em dois jornais de hoje, 20 de Fevereiro, os sguintes títulos:
- Cresce contestação no PS ao ministro da Saúde,
- Vila Pouca de Aguiar até já pediu ajuda ao Rei da Noruega,
- Idosos recorrem cada vez mais à ajuda da Provedoria de Justiça,
- Autarcas em colisão com o ministro da Saúde,
- Docente critica "destruição" do SNS,
Onde? aqui.
Mais?
Sim:
Urgências:Autarca de Valença aconselha ministro da Saúde a medir bem as pal..."O que o ministro disse ontem às televisões só está a inflamar ainda mais as populações, que até já estão a convocar novas manifestações e novos protestos por SMS [mensagens por telemóvel]", di...RTP - Nacional (19/02/2007 15:02)
Autarca de Valença aconselha ministro da Saúde a medir bem as palavras"O que o ministro disse ontem às televisões só está a inflamar ainda mais as populações, que até já estão a convocar novas manifestações e novos protestos por SMS [mensagens por telemóvel]", di...RTP - Nacional (19/02/2007 15:02)

Urgências: Vila do Conde vai contestar encerramento junto do ministro da SaúdeMário Almeida, presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, anunciou hoje que vai confrontar o ministro da Saúde com os "graves inconvenientes" do eventual fecho da urgência hospitalar da cidade.Público - Política (19/02/2007 11:02)
Alto Tâmega manifesta-se contra fecho de serviços de saúdeA população do Alto Tâmega, autarcas e representantes de partidos políticos manifestam-se, quarta-feira, contra o encerramento dos serviços de saúde em Vila Pouca de Aguiar e a desclassificação da urgência no Hospital de Chaves, soube hoje a Lusa de fonte autárquica.Diário Digital (19/02/2007 11:02)
Ministro da Saúde "aberto ao diálogo"Correia de Campos mantém decisão de encerrar urgência nocturna de ValençaSic - Vida (19/02/2007 10:02)
Presidente da câmara rejeita acusações do ministro da SaúdeO presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, rejeitou hoje as acusações do ministro da Saúde de que foi o «único responsável» pela contestação ao anunciado fim das urgências hospitalares no concelho ;Sol - Política (19/02/2007 10:02)
ADSE vai rever comparticipações na SaúdeCanal de Negócios (19/02/2007 09:02)
Ministro da Saúde responsabiliza autarcaO ministro da Saúde acusa o presidente da Câmara de Valença do Minho, José Luís Serra, de ser o único responsável, pela contestação ao fecho do Serviço de Urgências do Concelho.TVI - Informação (19/02/2007 08:02)
Valença: ministro Saúde responsabiliza autarca por agitaçãoO ministro da Saúde, Correia de Campos, acusou no domingo o presidente da Câmara de Valença de ser o «único responsável» pela contestação popular à exclusão do concelho da rede nacional de urgências.Diário Digital (19/02/2007 06:02)

Ministro da Saúde responsabiliza autarca de Valença por contestaçãoO ministro da Saúde, Correia de Campos, acusou domingo o presidente da Câmara de Valença de ser o "único responsável" pela contestação popular à exclusão do concelho da rede nacional de urgências.TVNet (18/02/2007 23:02)
Ministro da Saúde responsabiliza autarca de Valença por contestaçãoO ministro da Saúde, Correia de Campos, acusou domingo o presidente da Câmara de Valença de ser o "único responsável" pela contestação popular à exclusão do concelho da rede nacional de urgências.TVNet (18/02/2007 23:02)
Ministro da Saúde responsabiliza autarca de Valença por protesto contra fec...O ministro da Saúde, Correia de Campos, acusou hoje o presidente da Câmara de Valença de ser o "único responsável" pela contestação popular à exclusão do concelho da rede nacional de urgências.Público - Política (18/02/2007 21:02)
Ministro da Saúde culpa autarca de ValençaO ministro da Saúde, Correia de Campos, acusou hoje o presidente da Câmara de Valença de ser o "único responsável" pela contestação popular à exclusão do concelho da rede nacional de urgências. "É o único responsável por esta situação e tem que acarretar com ()Jornal de Notícias (18/02/2007 21:02)
Ministro Saúde responsabiliza autarca por contestação a fecho urgência"É o único responsável por esta situação e tem que acarretar com as consequências", disse Correia de Campos, em entrevista à estação pública de televisão (RTP). O ministro da Saúde garant...RTP - Nacional (18/02/2007 21:02)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Tão Amigos que Nós Somos


Direcção-Geral da Saúde Circular Informativa
Assunto: Infecções respiratórias superiores sazonais Nº: 5/DIR - DATA: 16/02/07
Para: Todos os serviços de saúde
Contacto na DGS: Drª Cristina Costa – cristinacosta@dgsaude.min-saude.pt No INFARMED: cimi@infarmed.pt
Especialistas da Direcção-Geral da Saúde, do INFARMED e do INSA analisaram, conjuntamente, os dados relativos à procura dos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde (hospitais e centros de saúde) durante o período de 1 de Janeiro a 15 de Fevereiro de 2007, no Continente, assim como a informação epidemiológica resultante dos dispositivos de vigilância da síndrome gripal.
Reconheceram que apesar do pico verificado a 5 de Fevereiro, a procura dos serviços de urgência revelou uma tendência semelhante à ocorrida no mesmo período do ano anterior (1294987 ocorrências em 2006 e 1181916 em 2007).
No que se refere à vigilância da gripe verificou-se a partir da primeira semana de Fevereiro de 2007 uma actividade caracterizada por um período epidémico, de intensidade moderada, cuja incidência máxima registada na 6ª semana do ano, através da Rede de Médicos-Sentinela, foi de 104,9 casos por 100 000 na população em observação, sendo o vírus predominante A(H3N2). Por outro lado, durante o mês de Janeiro de 2007 não se verificou actividade gripal, observando-se uma taxa de incidência cujos valores foram muito semelhantes ao período homólogo de 2006 onde essa taxa não ultrapassou os 37.3 por 100 000 – detecções esporádicas de vírus A(H1N1) e B.
(etc)

Francisco George Vasco Maria
Director-Geral da Saúde Presidente do Infarmed

domingo, 18 de fevereiro de 2007

«Até a decência e o decoro já se perderam na João Crisóstomo»

1 - Para Carlos Arroz, é clara a analogia entre a alegada intenção do MS em não cumprir a lei no caso do pagamento aos médicos chamados para pôr em marcha o plano de contingência contra a gripe e o atraso na reposição parcial do valor pago pelas horas extraordinárias dos clínicos. O SIM vem alertando há muito para a demora na publicação deste diploma, por não considerar normal o atraso de mais de dois meses. «TM» tentou já por várias vezes obter um esclarecimento do MS sobre esta questão, mas até ao momento a única resposta obtida, da parte do assessor de Imprensa, é que «há que contar com a promulgação» do diploma pelo Presidente da República. Quando confrontado com esta resposta da tutela, Carlos Arroz mostrou-se indignado. «Até a decência e o decoro já se perderam na João Crisóstomo. O facto de o senhor ministro se desculpar com o Presidente da República, quando, como sabemos, o Presidente até nem tem posto entraves à promulgação dos diplomas do Governo, é indecente», afirmou. Carlos Arroz lembrou ainda que é público que Cavaco Silva promulgou todos os diplomas que lhe tinham chegado até ao dia 16 de Dezembro, antes de partir em visita de Estado para a Índia.Recorde-se que este diploma foi aprovado na reunião do Conselho de Ministros de 6 de Dezembro e até à data de fecho desta edição ainda não tinha sido publicado no Diário da República. (in Tempo Medicina TM 1.º CADERNO de 2007.02.190712321C08107MF07B parte do artigo sob o título Medidas de contingência para surto de gripe geram polémica
SIM contesta modelo de pagamento aos médicos
)
2 - FNAM critica «gestão por impulsos»
«A acção ministerial encontra-se reduzida a uma gestão por “impulsos”, a contraditórias e irrealistas afirmações públicas, a visitas a vários locais e à procura sistemática de conflitos que sejam susceptíveis de desviar as atenções da opinião pública em relação aos aspectos gravosos da sua política». Esta é uma das conclusões da reunião do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que se realizou em Coimbra no passado dia 11
3 - Valença - Manifestção anti-encerramento da Urgência - reacção do actual ministro da saúde português:
- foi uma atitude anti-democrática!
4 - Proustianamente em busca do diploma perdido das USFs, Simédicos encontrou algo de curioso no site da MCSP:
a 2ª parte de um Relatório da A.P.E.S. sobre Análise de Custos e Sistema de Remuneração e Incentivos das USFs.Ficamos assim a saber que para 2007 apenas se prevê a implementação de 34 USFs de modelo 4, sendo que dessas 34 já existem 9 em regime experimental (RRE?), números estes que deveriam desde já pôr a pensar e a fazer contas aos que estão no terreno. Quem fica de fora? E quem entra?As conclusões do mesmo estudo indicam, em contravenção com o proposto pela MCSP, não se justificar a atribuição de incentivos financeiros ao pessoal de enfermagem (antes uma remuneração por actividades específicas) e muito menos ao pessoal administrativo (por terem já assegurada uma melhoria substancial da remuneração).Mas isto é um parecer técnico e a decisão política é que deve prevalecer…
5 - da mesma fonte:
O auto-intitulado Maquinista do SNS, num discurso panegírico dirigido aos deputados (apelidados de passageiros de comboio) do Partido Socialista reunidos nas suas Jornadas Parlamentares em Óbidos, mais uma vez esquece e insulta o remanescente (paradoxalmente maioritário) dos Médicos de Família que, com a sua falta de qualidade, contribuíram para colocar esse SNS e os seus Cuidados de Saúde Primários tão bem colocados a nível mundial. Médicos esses que têm até de trabalhar fiado em serviços de atendimento urgente de abre-fecha, já que afinal as USF's em funcionamento não conseguiram, ao contrário do que apregoa o Maquinista, reduzir a afluência às urgências hospitalares. Movendo-se com a proverbial graciosidade de um elefante numa loja de cristais, o Maquinista até fala em médicos pagos por incentivos…

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Quem sabe....sabe

... e já agora, bem a propósito em "O país do Burro"
O privado é mesmo o que está a dar
Outsourcing (*)
A entidade pública X fez um contrato com uma empresa privada Y de limpeza no valor de 44 mil e alguns euros para o ano de 2007. Fez ainda um contrato de vigilância e segurança com uma empresa Z do ramo no valor de 18 mil e tal Euros. A empresa Y manda 4 funcionárias, 3 horas por dia, todos os dias, para limparem a entidade pública X e a empresa Z tem lá um vigilante 8 horas por dia.
Alternativa:
Se a entidade pública X contratasse para o seu quadro de pessoal 3 funcionárias de limpeza a 500 Euros por mês, com um horário de 8 horas por dia (valor hipotético, acima do valor pago para a carreira respectiva na função pública), a despesa anual em salários seria de 21 mil euros. Se lhe adicionarmos 1500 euros em produtos de limpeza, o serviço seria assegurado por metade do preço e a entidade X pouparia cerca de 22500 Euros, o valor que o dono da empresa de limpeza Y deixaria de facturar.Se a entidade pública X contratasse 1 vigilante a 500 Euros por mês, com um horário de 8 horas por dia, asseguraria o mesmo serviço que contrata ao sector privado por apenas 7000 euros por ano, poupando 11 mil euros por ano, mais de 50%, o valor que os donos da empresa Z de segurança deixariam de ganhar.
(*) O caso e os valores apresentados são reais. Multipliquem-se por n instituições públicas e faça-se ideia do que custa a moda do outsourcing. O privado é mesmo o que está a dar.
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Terei eu votado em políticos que me vão fu**den*do?
Me roubam nos impostos, vencimentos, regalias sociais, reforma (dinheiro e idade), etc, para enriquecer privados? E quanto recebem de luvas?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

A inspiração do Charles Chaplinho


ANTÓNIO LOBO ANTUNES
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele

Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,

Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,

Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças

Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,

Compõe-me a colcha, fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.

Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Coleccionismo

Correia de Campos afirma que unidades familiares têm maior qualidade que ce...
O ministro da Saúde, António Correia de Campos, enalteceu hoje os cuidados primários prestados nas recém-criadas unidades de saúde familiares (USF), que disse terem qualidade muito superior à dos centros de saúde tradicionais.Diário Económico (13/02/2007 20:02)
Unidades familiares têm maior qualidade que centros de saúde "Se forem visitar uma USF e um centro de saúde convencional compreender ão imediatamente a diferença de qualidade", declarou o ministro aos deputados so cialistas, nas jornadas parlamentares ...RTP - Nacional (13/02/2007 20:02)
Saúde: Ministro reconhece "dificuldade política" de encerrar urgênciasNo seu discurso nas jornadas parlamentares do PS, em Óbidos, sobre a "R eforma da administração do Estado", Correia de Campos assegurou que resistirá às pressões dos profissionais do sector ...RTP - Nacional (13/02/2007 19:02)
Correia de Campos diz que é «o maquinista» do «comboio» da saúdeMinistro da Saúde diz que é preciso combater «gorduras e ineficiências» do SNS. Garante que conhece as dificuldades políticas da reforma do sector, mas avisa de que ele é que manda. Usando uma metáfora ferroviária, disse aos deputados do PS que estes «são passageiros» de um comboio que o ministro dirige ;Sol - Política (13/02/2007 19:02)
Não haverá aconselhamento obrigatório, diz Alberto Martins
O líder parlamentar socialista garantiu, esta terça-feira, que a nova Lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez não vai ter qualquer aconselhamento obrigatório para as mulheres que queiram fazer um aborto até as 10 semanas, alegando que isso seria uma imposição á revelia do resultado do referendo. TSF (13/02/2007)

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Bem geladinho

Esta noite antes de me ir deitar, coloquei no frigo uma garrafa de champanhe.
Para abrir hoje? Não.
Hoje o povo português vai mostrar aos políticos o que valem.
Consequências?
Duvidam? - dentro de dias abro o champanhe e comemoro.


sábado, 10 de fevereiro de 2007

Por cá, ninguém pode acreditar em alguém


Ex-administrador daquele tribunal sob suspeita de desvio de fundos

As contas do Supremo Tribunal de Justiça estão a ser investigadas por suspeita de desvio de fundos.... o responsável foi exonerado do cargo por ter adquirido bens com fundos do gabinete do ministro da República para os Açores.
Enquanto ocupou funções como administrador do Supremo Tribunal de Justiça em Lisboa, entre 2001 e 2006 ... foi responsável pela gestão orçamental do tribunal que agora está a ser auditada.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

E porque GOSTEI

aqui fica uma notícia publicada pelo Jornal Médico de Família (internete), e publicada hoje.
Luís Pisco, coordenador da MCSP
2007 será o ano dos centros de saúde
Claudia Brito Marques

Depois de um ano dedicado à implementação no terreno das unidades de saúde familiar (USF), a reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) tem, em 2007, uma nova prioridade: a reorganização dos centros de saúde (CS). No passado dia 17, no auditório da Ordem dos Médicos (OM), em Lisboa, o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, anunciou as mudanças que vão ocorrer, durante este ano, no âmbito deste processo de reforma. Entre as principais medidas destacam-se a associação dos actuais 360 CS em cerca de 65 Unidades Locais de Cuidados de Saúde Primários (ULCSP) – designação provisória –, a extinção das Sub-Regiões de Saúde (SRS) e a introdução de um novo modelo de gestão

”Centros de saúde orientados para a comunidade, com flexibilidade organizativa e de gestão, trabalho em equipa, autonomia e responsabilização, melhoria contínua da qualidade, contratualização e avaliação“. Estes são, de acordo com o coordenador da MCSP, Luís Pisco, princípios a que os novos CS terão que obedecer, uma vez que a reforma dos CSP foi encetada com o objectivo de melhorar os cuidados prestados aos cidadãos, em termos de acessibilidade e eficiência.
O responsável pela reforma dos CSP foi o convidado de uma conferência sobre a reorganização dos CS – que decorreu no passado dia 17, no auditório da OM, em Lisboa, promovida pela Associação Portuguesa de Engenharia da Saúde (APES) e pela Associação de Médicos Gestores de Unidades de Saúde (AMGUS) – onde referiu que ”se 2006 foi o ano das unidades de saúde familiar, 2007 vai ser o ano dos centros de saúde“.
Assim, o próximo passo no processo de reforma dos CSP será a ”associação das 360 direcções dos actuais CS em cerca de 65, que assumirão a designação – por ora provisória – de Unidade Local de Cuidados de Saúde Primários (ULCSP)“. A par desta medida, a MCSP propõe a introdução de um novo modelo de gestão, com a instituição da filosofia da governação clínica – ”que até aqui tem estado ausente dos cuidados de saúde primários“, salientou Luís Pisco – e uma reorganização dos serviços de suporte, ”intimamente relacionada com a desactivação das SRS“, esclareceu.
De acordo com o coordenador da MCSP, o que acontecerá será ”uma associação dos vários CS concelhios, que passarão a ter direcções conjuntas. Não vai haver nenhuma extinção, apenas uma nova forma de organização e de gestão“, frisou o responsável.
Segundo Luís Pisco, as novas ULCSP vão abranger uma população entre 60 e 200 mil pessoas, tendo em conta factores geodemográficos. ”A associação destes centros de saúde concelhios vai procurar respeitar as mobilidades tradicionais das populações abrangidas e as afinidades históricas e culturais e terão um hospital de referência comum“.

Ênfase na governação clínica
O trabalho de reorganização dos CS está a ser elaborado pelas Administrações Regionais de Saúde (ARS) – ”que são as entidades que melhor conhecem a realidade no terreno“, justificou Luís Pisco – em estreita colaboração com a MCSP e com o Gabinete de Análise Económica (GANEC) da Universidade Nova.
De acordo com o coordenador da MCSP, o GANEC recebeu um enquadramento técnico para o desenvolvimento deste trabalho, assente nas seguintes premissas: ênfase nas necessidades da população, contratualização, gestão eficiente dos recursos, grande empenho na governação clínica e sua introdução nos CS, desenvolvimento de cuidados personalizados – nomeadamente através das USF – e aposta na proximidade à comunidade.
Um dos aspectos fundamentais nos novos CS é, na óptica do responsável pela reforma, a ênfase na governação clínica, ”sem a qual estamos a alienar o foco principal deste processo: a melhoria da prestação de cuidados“.
Em termos de arquitectura organizacional dos futuros centros de saúde, Luís Pisco destacou os elementos que integrarão cada uma das 65 ULCSP: ”várias USF, unidades de cuidados na comunidade, unidades de saúde pública, novas profissões em CSP e uma unidade operacional que se chamará Centro de Saúde“. Nesta arquitectura está ainda prevista a criação de serviços de suporte – entidades externas à orgânica das ULCSP – contratualizados para realizarem algumas das funções que anteriormente cabiam às SRS e cujo objectivo é a criação de ”economias de escala“. Assim, serão da sua atribuição, competências na área da gestão financeira, da gestão dos recursos humanos e da monitorização de compras.
O conferencista lembrou que ”as USF actualmente em funcionamento e em vias de inauguração, abarcam pouco mais de 10% dos profissionais dos CS e que, mesmo depois de aprovada a legislação, haverá sempre médicos, enfermeiros, administrativos e outros profissionais que não pretenderão aderir ao novo modelo organizativo“. Assim, ”a diferença continuará a ser entre equipas que se auto-organizam e em equipas que são organizadas“, sublinhou.
Em termos práticos, os novos centros de saúde vão ter uma direcção executiva composta por um presidente e dois vogais. ”Um mais vocacionado para as questões do planeamento e da organização e um outro, membro da direcção técnica, que terá como responsabilidade, essencialmente, a governação clínica“, explicou Luís Pisco.

Boa liderança é essencial
Admitindo que poderiam existir outras hipóteses, Luís Pisco adiantou que ”passaremos a ter os CS na dependência das ARS, sendo que a direcção executiva desses novos centros de saúde reporta à ARS, com a qual contratualiza e onde é feita a monitorização do desempenho“. De acordo com o coordenador da MCSP, com a extinção das 18 SRS, passa-se de uma ”lógica de tutela“ para uma lógica de ”prestação de serviços“.
Entre outras mais-valias, ”a diminuição das estruturas administrativas [extinção das SRS], vai criar a oportunidade de uma racionalização dos recursos e melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas ARS“, sublinhou o conferencista. Assim, a direcção executiva dos futuros CS terá a seu cargo o novo modelo de gestão, centrado na ”autonomia gestionária“ e que abarca, desejavelmente, uma maior responsabilização, mecanismos de contratualização e uma maior proximidade às populações.
No entanto, ”a autonomia gestionária só se consegue com uma boa liderança“, salientou Luís Pisco. Como tal, a definição do perfil do líder da ULCSP é um ponto crucial, referiu, atribuindo essa tarefa às ARS. De acordo com o coordenador da Missão, há um conjunto de critérios, no que respeita a esta figura do líder, que já estão predefinidos: necessidade de percepção da cultura e singularidade desta organização [ULCSP], capacidade de criar um clima participativo, promoção da autonomia e responsabilização, delegação de tarefas, acompanhamento do trabalho de equipa, entre outros.
No entretanto, as ARS estão a trabalhar na definição dos CS que vão ser associados. As ULCSP deverão surgir nos próximos meses, seguindo-se a aprovação da respectiva legislação, adiantou Luís Pisco.

Linhas estratégicas da reforma dos CSP
A MCSP elaborou um conjunto de linhas estratégicas para o acompanhamento da reforma dos cuidados de saúde primários, ”essenciais à sustentabilidade do modelo que foi criado e que está a ser executado“.
Visam, de acordo com Luís Pisco, ”o planeamento eficaz, a sua sustentabilidade e a sua orientação muito concreta para as necessidades presentes e futuras dos cidadãos“.
Estão agrupadas em cinco grandes eixos e cada uma das 14 linhas estratégicas ”contemplam um conjunto de objectivos que correspondem aos resultados que pretendemos ver alcançados no final desta primeira fase de reforma dos CSP, ou seja, até 2009“, explicou o coordenador da Missão.

Eixo I
Conduzir a transformação organizacional e desenvolver a liderança
1.Desenvolver a autonomia de gestão dos novos CS através da liderança;
2.Criar uma linha de cultura de transparência e de prestação de contas;
3.Promover a melhoria da acessibilidade à rede de CSP e garantir a equidade;
4.Executar um plano integrado de acompanhamento das USF;
Eixo II
Gerir as tecnologias e melhorar a prática clínica baseada no conhecimento
5.Assegurar a interoperabilidade do sistema de informação numa arquitectura comum e promover uma política de gestão das tecnologias de informação e comunicação;
6.Desenvolver um programa de iniciativas concretas no âmbito da e-Health;
7.Desenvolver a gestão do conhecimento;
Eixo III
Desenvolver a governação clínica e garantir a qualidade dos cuidados de saúde
8.Assegurar a existência de uma boa governação clínica;
9.Garantir a qualidade e promover a inovação na prestação de cuidados de saúde;
Eixo IV
Acompanhar e avaliar o progresso da reforma dos CSP
10.Realizar a avaliação da reforma dos CSP;
11.Desenvolver um plano de comunicação à população e aos profissionais sobre a organização dos CSP;
Eixo V
Garantir a viabilidade e o desenvolvimento dos CSP
12.Diversificar a oferta nos CSP;
13.Elaborar uma estratégia para os recursos humanos dos CSP;
14.Assegurar a viabilidade financeira dos CSP no âmbito do sistema de saúde.


Integração de médicos hospitalare
Na perspectiva do médico hospitalar, João Gamelas, presidente da AMGUS, ”dentro do hospital, temos a percepção de que o sistema não funciona devido à falência ou falta de resposta dos CSP“.
Luís Pisco argumentou, salientando que, na sua opinião, ”não há falência nos CSP, mas sim nos hospitais“. Basta observar ”o ratio de clínicos existentes em ambos os níveis de cuidados...“, sugeriu.
Como solução para este problema, o coordenador da MCSP apontou a inevitável integração de especialistas hospitalares nas equipas de cuidados de saúde primários. De acordo com o responsável, ”essa articulação e o trabalho de algumas especialidades hospitalares nos CS aumentaria a capacidade de resposta dos CS e seria bom para ambos os níveis de cuidados“.
E deu como exemplo a figura do especialista consultor... ”Seria interessante que, de uma forma voluntária, os colegas com mais de 50 anos que já não fazem urgência e, como tal, têm 12 horas livres, as passassem no centro de saúde. Aí, como especialistas consultores poderiam participar na formação, fazer consultas ombro-a-ombro, discutir casos clínicos com os médicos de família ou até ver os casos mais complicados, impedindo que estes fossem referenciados para o hospital“, concluiu.

Reforma não é uma competição!
Questionado por um dos membros do painel (o director do jornal Centro de Saúde, Rui Moreira de Sá) sobre qual dos modelos presta melhores serviços – o CS tradicional ou as USF – Luís Pisco sublinhou que ”não se podem comparar formas de organização diferentes“ e que ”isto não é uma competição, mas uma reforma em que as USF são parte integrante do CS“.
O coordenador da MCSP lembrou que ambos os modelos terão que apresentar indicadores de desempenho. ”A MCSP já está a receber os primeiros indicadores das USF já implementadas no terreno. Há um escrutínio muito grande que vai abranger não só as USF, mas os CSP no geral“, adiantou.
Rui Moreira de Sá quis ainda perceber como funcionam as USF em termos orçamentais... Perante esta dúvida, Luís Pisco explicou que as USF não têm um orçamento. ”Actualmente – e porque estamos no início de um processo – estamos a viver uma situação anómala em que as USF contratualizam directamente com as agências de contratualização. Isto não é exequível no futuro. O que se vai passar é que, para o final deste ano, a contratualização será feita entre a agência e as direcções dos futuros CS, havendo, consequentemente, uma contratualização interna do CS com cada um das USF e com as outras unidades funcionais do CS“, esclareceu o responsável.
Por outro lado, acrescentou, ”a futura legislação – que aprovará o modelo B das USF – prevê um regime de incentivos institucionais para as USF, que se constitui como uma espécie de orçamento que poderá ser gasto como e no que a equipa entender“.

Novos CS: nem ”mini-SRS“, nem ”centrões“!
”Que autonomia financeira vai permitir a reorganização dos centros de saúde?“. A questão, colocada ao conferencista pelo director do CS de Carnaxide, Victor Cardoso, mereceu a seguinte resposta da parte de Luís Pisco: ”Nem os CS, nem as USF têm autonomia financeira. Para isso, cada um dos novos CS teria que ser um instituto público, o que não seria de todo viável na situação económica actual“.
De acordo com o coordenador da MCSP, ”não é necessário ter autonomia financeira, para ter autonomia gestionária“.
Quanto à estrutura das ULCSP, ”os novos CS não podem ser SRS nem miniatura, nem centrões. Têm que ter características próprias. Um bom exemplo é o que já sucede em Setúbal“, sublinhou o responsável.